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segunda-feira, março 22, 2010

A ruiva incendiária de D.Sancho I

Oficialmente o nosso Sancho foi casado com D.Dulce de Aragão, por razões diplomáticas esse casamento foi concebido segundo a estratégia diplomática de D.Afonso Henriques. Casamento aliás que deu muitos frutos pois ao longo de 20 anos de casamento, daria à luz no mínimo 11 filhos, suficientes para assegurar a continuidade dinástica.

Contudo, há sempre um contudo nesta coisas de sexo real, havia uma tal Maria Pais Ribeira, mais conhecida pela Ribeirinha que se dizia ter sido a sua grande paixão.

Ribeirinha pelo seu corpinho miúdo, ruíva de grande beleza, muita sedução e alguma perfídia, ao ponto de ter tido privilégios de Rainha como por exemplo o senhorio de Vila do Conde que o rei velho ciumento, lhe doara, como a condição específica de não se casar.

Acabou por ser raptada, após a morte do rei Sancho por Lourenço Viegas refugiando-se no Reino de Leão.

De volta ao reino, acabou por conseguir que D.Afonso II, em vez de perdoar a Viegas, como ela lhe fizera crer conseguir, mandou mata-lo vindo depois a casar com João Fernandes de Lima – o bom, (foi o primeiro da sua família a usar o apelido Lima), com quem ainda viria a ter 3 filhos.

Maria Pais a Ribeirinha viria a morrer em 1258, com 88 anos e está sepultada no Mosteiro de Grijó

  • Maria Pais Ribeiro viveu entre 1170 e 1258
  • D.Sancho I entre 1154 e 1211

quinta-feira, março 18, 2010

A única rainha consorte que nunca foi a Inglaterra

Muito embora para ao muçulmanos a figura de Ricardo Coração de Leão, servisse para meter medo ás crianças que se portava mal, penso que não o faziam porque Ricardo fosse especialmente feio, mas devido à sua actuação na guerra das cruzadas. Porém o seu noivado com a prometida Alice meia-irmã de Filipe II, foi um bocadito prejudicado por um pequeno incidente famílar, o seu pai Henrique envolveu-se com a prometida, cujo noivado tinha sido arranjado pela mãe Leonor.

Partindo para outra Ricardo acaba por casar com Berengária de Navarra, filha de Sancho IV, em Chipre, antes de partirem ambos para a Cruzada, regressaram separado e como no regresso Ricardo foi preso, continuaram separados.

Como o amor não devia ser muito intenso, quando libertado, Ricardo não convidou a consorte a reunir-se-lhe, o que aconteceu até ao resto da vida de Ricardo. Não admira mesmo nada que por consequência não tenham tido filhos.

Berengária acabou por ser a única rainha consorte de Inglaterra que nunca visitou o país.aliás, também por certo muito pouco visitada pelo marido

Ricardo, pouco ligou a Berengária e ao que parece também não muito à própria Inglaterra que era Rei.

Terá vivido lá 6 ou 7 anos ao todo e ao que consta, nem inglês falava só francês como sua mamã

  • Ricardo viveu entre 1157 e 1199

domingo, março 14, 2010

A bigamia do Dieudonné

A ideia que perseguir judeus é uma ideia quinhentista é falsa, pelo menos 3 séculos antes disso Dieudonné (Dádiva de Deus), como era conhecido Filipe II de França, que se tornou rei aos 15 anos, descobriu a formula de reforçar as debilitadas finanças reais, expulsar judeus e abichar os seus bens.

Foi assim em 1182


Como seu pai só ao terceiro casamento conseguiu ter um filho varão foi considerado uma dádiva de Deus, por certo à revelia dos judeus, como já disse.

A rivalidade com Ricardo Coração de Leão era tão grande que adoeceram ambos com uma febre, da qual resultou alopécia e perda de unhas, e Filipe ganhou desta vez porque também perdeu uma vista.

Difícil mesmo de entender foi a razão que terá levado Filipe II a ter repudiado a sua segunda mulher Ingeborg da Dinamarca, no dia seguinte ao casamento, enviando-a para um mosteiro, recusando-se a reconhece-la como rainha, embora não conste que tenha devolvido 10.000 marcos em prata do dote.

Optou pela via da bigamia casando com Inês da Merânia, mas claro, arranjando um conflito dos diabos com o papado o que levou a uma interdição (excomunhão para Países) mesmo no início da viragem para o século XIII e obrigando-o a separar-se de Inês e respeitar o casamento com Ingeborg.


Acabando por organizar uma cerimónia de reconciliação, o interdito foi levantado em Setembro.

No entanto não voltou a juntar-se com a antiga esposa e continuou o processo de anulação do casamento.


Entretanto a morte de Inês, veio simplificar a questão e em 1213 devido à sua pretensão ao trono da Inglaterra através das ligações familiares da rainha, reconciliou-se (?) com Ingeborg .


Com a morte do marido em 1223, a rainha retirou-se para o priorado de Saint-Jean-de-l'Ile que fundara próximo a Corbeil, numa ilha de Essonne.

Lá passou o resto da sua vida em paz, até 29 de Julho de 1236, quando morreu aos 60 anos.

À falta de melhor foi chamada de Rainha de Orleães pelos seus contemporâneos, que não sabiam que título lhe atribuir.

Por cá D.Sancho ia fazendo 19 filhos,durante 20 anos o que foi uma excelente média, não de forma tão certinha como seu pai, mas isso são contas para outras histórias.




Filipe II nasceu em 1180 morreu em 1223
D.Sancho nasceu em 1154 e morreu em 1211


sexta-feira, março 12, 2010

D.Afonso Henriques um rei certinho

Enquanto Henrique II em Inglaterra ou Luís VII em França, mantinham as suas relações sexuais bastante atribuladas, o primeiro com diversas amantes e pelo menos 2 filhos ilegítimos e o segundo não menos afoito e depois de 3 casamentos e seis filhos ainda arranjou "oportunidade" para mais um ilegítimo de uma amante "desconhecida", eventualmente "mãe incógnita" ou como quem diz de algum vassalo importante, que não convinha divulgar o nome.

Enquanto isso dizia eu o nosso rei fundador contemporâneo destes dois " colegas", manteve uma vida limpinha de incidentes (pelo menos não são registados atropelos). Se é certo que teve dois filhos antes do seu casamento, da sua amante Chamoa Gomes que segundo a visão romântica de Freitas do Amaral, teria sido a mulher da sua vida.

Levando ainda mais longe a sua teorização romântica, Freitas do Amaral, diz ainda que D.Afonso Henriques terá tentado casar com Chamoa, mas não o terá conseguido, pois naquele tempo de indiscutível autoridade da Igreja Católica os Reis não podiam casar com as amantes e os filhos ilegítimos não podiam suceder-lhes na coroa.

Quanto á possibilidade da amante, deixar de o ser pelo casamento, também, não se poderia colocar, já que Chamoa Gomes, depois de enviuvar do seu primeiro marido, professara no mosteiro de Vairão, logo era Devota (de vota consagrada a Deus) e impedida de se casar.

Muito embora não haja qualquer prova documental, há quem afirme que D.Afonso terá casado com Chamoa, muito embora esse casamento tenha sido anulado pouco tempo depois.

Casou então oficialmente em 1146 com dona Mafalda de Saboia, por razões de Estado, estratégicas, indo casar "longe" par ficar de fora de influências dinásticas com a vizinhança "espanhola" digamos assim por comodidade de linguagem.

Foram então gerados 7 filhos legítimos entre o nascimento do primeiro em 1147 chamado Henrique que viria a morrer jovem e a última Teresa nascida em 1157 e cujo parte originou a morte de sua mãe.

Depois de enviuvar mais uma ilegítima fruto da sua relação com uma tal Elvira o que em conclusão nos pode levar a dizer que ilegítimos só antes e depois de casar, durante o casamento fidelidade absoluta.

Enfim um santo, este nosso belicoso rei fundador D.Afonso Henriques.

Espaço de datas referências
  • D.Afonso Henriques nasceu em 1109 e morreu em 1185
  • Henrique II de Inglaterra nasceu em 1133 e morreu em 1189
  • Luís VII de França nasceu em 1120 morreu em 1180




quinta-feira, março 11, 2010

Leonor uma rainha poderosa (II)

Pouco tempo depois de se ter divorciado de Luis VII, Leonor de Aquitânia, casou com Henrique II o Plantageneta titular do trono de Inglaterra e só com esse casamento transferiu-se para o lado da coroa inglesa o tal terço do que é hoje a França, reduzindo o reino franco a proporções bem mais pequenas.

Leonor casou com Henrique em 1152 e nesse mesmo ano nasceu o primeiro filho de nome Guilherme, facto bastante comentado na altura e mais seria se houvesse revistas ou jornais de escândalos, que não deixariam de referir as relações pré-nupciais entre os monarcas.

Leonor além de riquíssima e poderosa, era culta e nada burra, pelo contrário, e tanto quanto se pode adivinhar, não esteve para suportar as aventuras extra-conjugais do marido e retirou-se para os seus territórios em França.

A reconciliação entre eles nunca aconteceu, até porque ela e os filhos mais velhos chegaram a maquinar uma rebelião contra Henrique em 1173 e se é verdade de Henrique viria a perdoar aos filhos a Leonor nunca perdoou e ela chegou a estar presa durante 16 anos, primeiro no Castelo Chinon, depois em Salisbury.

Só depois da morte do marido foi libertada pelo filho Ricardo e quando este partiu para a 3ª cruzada, ficou com regente de Inglaterra.

O Não posso deixar de referir a propósito deste tema , o meu filme favorito chama-se Leão no Inverno e esta é a cena inicial do filme que refere o momento em que Henrique II (PeterToole) manda suspender o exílio de Leonor (Katerine Hepburn) para passarem o Natal em família. Claro que o que Henrique pretendia era que ela aceitasse o divórcio, para se casar com a moçoila ai da imagem.( Leonor já estaria um pouco usada, ela era 11 anos mais velha que Henrique)

A interpretação de ambos é soberba e ao longo do filme deixam transparecer para além das suas divergência, uma relação de amor-ódio, que não tenho a certeza fosse o que sentiam Henrique e Leonor.


quarta-feira, março 10, 2010

Leonor uma rainha poderosa

No ano de 1137 Leonor de Aquitânia era a mulher mais poderosa e rica da Europa, porque o seu pai durante uma peregrinação a Santiago de Compostela, morreu, dizem que vitimado por uma intoxicação alimentar. Como o seu irmão mais velho já tinha morrido, herdou os ducados de Aquitânia, Gasconha e o condado de Poitiers, tudo somado uma parte substancial do que é hoje a França.

Isso tudo era festim para Rei e o sortudo foi o destinado futuro rei dos franceses Luís. Assim aconteceu mas o seu casamento com Luís VII, não resultou, por incompatibilidade de feitios que se avolumaram no decurso da cruzada em que ambos participaram.

É atribuída uma declaração a Leonor: que pensava ter-se casado com um rei, mas descobrira que se casara com um monge.Talvez nesta frase esteja condensada uma outra que lhe terá sido feita de infidelidade, nunca comprovada.

O certo é que a falta de filho varão, esteve na origem da separação que Luis VII veio a conseguir utilizando a infalível formula da consanguínidade. A separação em 1152 e o posterior casamento com Henrique II de Inglaterra, irão determinar a História da Europa por vários séculos