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sexta-feira, dezembro 24, 2010

As manas adúlteras e a terceira que avisava o polícia

O caso da Torre de Nesle foi um escândalo de adultério perpetrado por duas princesas francesas, Margarida de Borgonha e Branca de Borgonha, respectivamente esposas dos futuros reis Luís X de França e Carlos IV de França.

Por razões de estratégia política Filipe o Belo casou três dos seus três filhos varões, com três nobres das duas casas da Borgonha:

* Luís, em 1305, com Margarida da Borgonha, também uma capetiana da casa ducal da Borgonha, filha de Roberto II, duque da Borgonha, e de Inês de França, filha de São Luís
* Filipe, em 1306, com Joana de Borgonha e Artois, da casa dos condes palatinos da Borgonha, filha de Matilde de Artois e Otão IV da Borgonha
* Carlos, em 1308, com Branca da Borgonha, também da casa dos condes palatinos da Borgonha, irmã da anterior

As três princesas destacavam-se pela alegria e charme na corte austera de Filipe IV. A sua elegância e coqueteria deu origem a rumores de receberem jovens amantes, mas sem haver provas deste comportamento.

Em Abril de 1314, a visita da cunhada destas, Isabel de França, rainha consorte de Inglaterra, viria alterar a situação.

Numa festa, Isabel notou que dois cavaleiros da casa real usavam bolsas de cintura semelhantes às que ela própria oferecera às cunhadas Margarida e Branca alguns meses antes. Relatou o acontecido e apontou os irmãos Filipe e Gautério de Aunay ao seu pai Filipe IV de França.

Este ordenou um interrogatório, no qual as suspeitas foram confirmadas: Filipe de Aunay era amante de Margarida e Gautério de Branca. Os encontros amorosos tinham lugar na Torre de Nesle durante o Não foi apontado qualquer amante a Joana, mas mesmo assim foi implicada no caso por ter conhecimento dos adultérios e ajudar a encobri-los. Presos, os irmãos Aunay resistiram mas acabaram por confessar, tal como depois as suas duas amantes reais.

Julgados e condenados por crime de lesa-majestade, a 19 de Abril foram supliciados e executados em praça pública em Pontoise. O suplício foi particularmente cruel: esquartejados vivos, os seus sexos cortados e lançados aos cães; por fim foram decapitados. Os seus corpos foram arrastados e depois pendurados pelas axilas.


Com tão importantes implicações políticas, o castigo devia ser exemplar. As duas princesas tiveram os seus cabelos rapados, um humilhante desfiguramento e marca física do seu crime de adultério. Vestidas de preto, foram conduzidas em uma carruagem coberta de panos negros a Château-Gaillard, em Les Andelys, na Normandia.

Depois da morte de Filipe IV ainda no mesmo ano, e da subida do seu esposo Luís X ao trono da França, Margarida, que ocupava um quarto aberto aos ventos no topo da torre, foi encontrada morta a 30 de Abril de 1315. Segundo algumas versões terá sido estrangulada a ordens do seu marido, mas as condições do seu encarceramento já eram propícias a uma morte prematura.

Branca da Borgonha, esposa do irmão mais jovem e não do herdeiro do trono na época, beneficiou de um tratamento mais favorável, tendo ficado aprisionada na cave da fortaleza durante sete anos.

Depois da morte dos dois irmãos de Carlos IV, sem deixarem um herdeiro varão, segundo a lei sálica este subiu ao trono da França a 3 de Janeiro de 1322.

Tendo solicitado a separação da esposa ainda prisioneira, a 19 de Maio o papa João XXII anulou o matrimónio por razões de consanguinidade. Branca obteve então autorização para abandonar a sua prisão e tomar o hábito de religiosa, passou o resto dos seus dias na abadia de Maubuisson, perto de Pontoise, onde morreu a 29 de Abril de 1326.

Portanto Branca foi raínha de França na prisão entre 3 de Janeiro e 19 de Maio de 1322

A terceira princesa, Joana de Borgonha e Artois, foi encarcerada em Dourdan por ter guardado segredo das infidelidades das outras duas. Sustentada pela sua mãe Matilde de Artois, reconciliou-se com o seu marido e tornou-se rainha de França em 1317. Dois anos depois terá pedido, e recebeu, como presente do esposo, a Torre de Nesle

domingo, dezembro 12, 2010

A morte violenta dum rei homossexual

Eduardo II de Inglaterra, foi sempre um rei pouco interessado nas coisas da governação, mas muito amigo de diversões, caçadas e ... homens. A sua homossexualidade era evidente desde os primeiros tempos de juventude e que teria levado seu pai Eduardo I a exilar para a Gasconha um tal Piers Gavestone, que era considerado amante do futuro rei.

Naturalmente que assim que Eduardo II subiu ao trono, logo mandou regressar à corte o seu apaixonado.Odiado pelos seus pares, Gaveston foi exilado mais duas vezes, apenas para ser chamado de volta assim que Eduardo II considerava prudente.

Acabou assassinado em 1312.

Longe de se pensar que tenha sido o amor seguinte do rei, aparece em cena Hugh Despenser, que para além do título de amante real, passou a cuidar da governação em nome do rei, que não estava para ai virado.

Ambos casados por eventual encenação acabou a rainha con...sorte Isabel a pretexto de negociações com o rei de se retirar para França , aproveitando para fazer uma aliança com Roger Mortimer, começando a planear uma invasão.

Supostamente Hugo tentou sobornar francêses para que assassinassem Isabel, mandando barris de prata como pagamento.

Roger Mortimer e a rainha invadiram a Inglaterra em outubro de 1326. Suas forças contavam em princípio só com uns 1.500 mercenários mas a maioria da nobreza foram se lhes juntando ao longo de Outubro e Novembro.

Os Despensers fugiram para oeste com o rei, com uma soma considerável do tesouro real. Mas a sua fuga não teve sucesso. e foram capturados em meados de Novembro

Despenser foi julgado e condenado e executado em 24 de Novembro de 1324 tendo sido
os restos do aristocrata sido encontrados na década de 1970 num fosso da Abadia de Hulton, no condado de Staffordshire.

Com o rei preso a regência de Isabel e Mortimer era precária. Em 3 de Abril, Eduardo II foi removido de Kenilworth e levado para o Castelo de Berkeley, em Gloucestershire, onde acredita-se, tendo sido então assassinado por um agente de Isabel e Mortimer.

Eduardo II foi tratado em condições sub-humanas pois esperava-se que ele não resistisse muito tempo a alguma doença e morreria de forma que parecesse natural. Mas isso não aconteceu e os regentes viam sua situação piorar a cada dia até que um dos guardas teve uma ideia para o matar sem deixar rasto.
.
Não era possível usar venenos ou qualquer tipo de armas que deixassem à mostra uma prova que ele teria sido assassinado. Então. na noite de 21 de Setembro, Eduardo II foi surpreendido enquanto dormia.

Um grande colchão foi jogado sobre ele para abafar seus gritos enquanto um chifre de boi oco era introduzido em seu ânus e por dentro do chifre, passou um ferro em brasa que queimou seu intestino e vários órgãos internos.

A razão de usarem um chifre era para permitir ao ferro em brasa penetrar, queimar as entranhas do rei e sair sem ferir suas nádegas.

quarta-feira, junho 16, 2010

D.Mécia a rainha raptada de livre vontade


O casamento de D.Sancho II, com Mécia Lopes do Haro, começou mal, por várias razões, uma delas porque ia ao encontro do desejado por sua tia D.Berenguela de Castela neta da poderosa Leonor de Aquitânia e que desejava para o sobrinho mais do que uma bastarda viúva do magnate fronteiriço castelhanho Álvaro Pires de Castro.

Continuaria mal porque um rei sem descendência, que casa com uma mulher viúva de mais de 30 anos e também sem descendência anterior, não deixava antever nada de bom.

Por outro lado, a nova rainha insistia em rodear-se de aias e criados castelhanos, com excepção de alguns validos, um transtorno para os cortesãos, a quem não era assim permitida a aproximação ao rei através de D. Mécia.

D. Sancho, encantado com a beleza da sua rainha, encheu-a de riquezas, fazendo-a senhora de Torres Vedras, Sintra, Ourém, Abrantes, Penela, Lanhoso, Aguiar de Sousa, Celorico de Basto, Linhares, Vila Nova de Cerveira e Vermoim.

O povo, que vivia na miséria, passou a odiar a rainha - estrangeira, bela e rica. O casamento entre parentes próximos era frequente nas cortes ibéricas da Reconquista: bastava obter do Papa a "dispensa de consanguinidade". Mas os nobres e bispos aproveitaram para dar novo fôlego à conspiração contra o rei.

Escreveram ao Papa a denunciar a situação e em Fevereiro de 1245 Inocêncio IV declarou nulo o casamento e ordenou que o casal "empeçado" (ilegítimo) se separasse.

Por este tempo, a envolver directamente D. Mécia, sucedeu-se um facto que enfraqueceria ainda mais o poder que D. Sancho ainda conservava. Um nobre de nome Raimundo Viegas de Portocarreiro, segundo consta acompanhado por outros cavaleiros afectos ao conde de Bolonha, consegue entrar no paço real de Coimbra e arranca a rainha do leito onde se recolhiam D. Mécia e D. Sancho, levando-a para o paço real em Vila Nova de Ourém.

Tendo ido no alcance da esposa, D. Sancho ordenou que lhe abrissem as portas do castelo, conseguindo somente que lhe fossem arremessados vários projécteis. Achando-se pouco capaz para insistir na tentativa de recuperar D. Mécia, resigna-se.

D. Sancho reuniu um pequeno exército para ir libertá-la. A vila foi cercada e o rei preparava-se para recuperar a mulher - quando ela se recusou a voltar para ele, assumindo a adesão ao partido de D. Afonso.

Achando-se pouco capaz para insistir na tentativa de recuperar D. Mécia, D.Sancho resigna-se.

O escândalo foi tremendo. D. Mécia foi acusada de ter anuído ao rapto, em conluio com o cunhado D. Afonso. Pior: a recusa em voltar para o marido, associada ao facto de não haver filhos do casamento, deu origem ao rumor de que D. Sancho era impotente.



quarta-feira, maio 05, 2010

As cruzes de Leonor de Castela



Leonor de Castela foi infanta de Espanha e rainha de Inglaterra devido ao seu casamento com Eduardo I, com quem andou nas cruzadas antes de serem coroados e que se conta ter salvo a vida do futuro rei, por ter chupado o veneno de uma cobra que o tinha mordido.

Leonor sempre acompanhara o marido em todas as suas incursões militares ou não e em 1290, mesmo doente provavelmente uma febre da malária dos quais os primeiros relatados aparecem desde 1287, seguiu o marido para a Escócia

A sua condição piorou quando chegaram à aldeia de Harby, Nottinghamshire, a menos 16 km de Lincoln, para onde se dirigiam

A viagem foi cancelada, tendo sido a rainha alojada na casa de Richard de Weston, onde viria a morrer na noite do dia 28 de Novembro de 1290, com 49 anos após 36 anos de casamento.

O corpo da rainha foi levado de volta para Londres e para expressar a sua grande mágoa, Eduardo mandou erigir cruzes, doze ao todo, nos locais onde o corpo passasse a noite até ao destino final.

Apenas três das originais sobrevivem: em Geddington, em Hardingstone e em Waltham.

Cópias foram criadas das originais em Banbury e em Charing Cross, o local da última cruz razão pela qual esta área é considerada como centro de Londre


Ficaram conhecidas como as Cruzes de Eleanor

Leonor de Castela

nasceu em 1241
morreu em 29 de Novembro de 1290

quinta-feira, abril 08, 2010

Branca de Castela aquela "santa"

Luís IX o rei santo francês mais tarde canonizado e conhecido como São Luís, não o foi o primeiro filho, mas sim o sexto de seus pais Na sua frente na linha sucessória ao trono da França estava seu irmão mais velho Filipe (1209-1218), o terceiro rebento do casal. Os anteriores, Branca, a primogénita morreu com apenas um ano de vida e Inês nasceu morta. E antes de Luís IX, o casal real ainda teve João e Afonso, gémeos natimortos.

Isto para dizer que embora não fosse caso único na época para alguns a sua coroação como rei foi algo para o que já estava predestinado, como se isso coorrespondesse a um certo sinal divino

Seu pai, Luís VIII, ganhou o epíteto de "Leão" na luta contra os cátaros conhecidos como os homens azuis ou albigenses por serem oriundo de Albi em região de França um exemplo de defensor da Fé e militar valoroso. Sua mãe, Branca de Castela, repetia a quem quisesse ouvir que preferia ver o filho morto a vê-lo pecador.

Foi neste ambiente, onde a religião se confundia com a própria vida, que Luís cresceu, esperando o momento em que se tornaria rei.

Com a morte de Luís VIII, vitimado por uma disenteria. De acordo com a vontade do antigo rei, expressa em testamento, a rainha Branca de Castela assumiu o trono como Regente.

Luís tinha então pouco mais de 12 anos de idade.

Sempre ao lado do filho, dividiu com este a administração do reino mesmo depois deste ter atingido a maioridade tal a sua influência junto do filho e que este sempre encorajou

Dito desta forma pode parecer que Luís IX era um fraco, conduzido pela mãe. Longe disso. Era um homem de convicções sólidas e Fé inquestionável.

Usava cilício, comia frugalmente; jejuava com frequência; só se vestia com pompa quando a ocasião exigia; assistia missas sempre que possível; nunca deixou de ler as Sagradas Escrituras; confessava-se com assiduidade e e exigia ser disciplinado com açoites. E não sorria às sextas-feiras. Um monge, que também era um rei.

Casou-se na Catedral de Sens, em 27 de Maio do mesmo ano com a jovem Margarida da Provença, na ocasião com 14 anos, que até à morte da sogra foi sempre difícil impor-se junto do rei

O amigo, confidente e conselheiro do rei chegou a escrever que a rainha mãe, que morava com o casal real no Palácio de la Cité e os acompanhava até nas suas viagens, não suportava ver o filho com Margarida, e que só os deixava terem intimidade à noite, quando o casal estava a sós em seus aposentos

As coisa melhoraram em 1247, quando Margarida conseguiu livrar-se um pouco da influência de Branca, conseguindo convencer o marido a terem uma residência própria, econtrando um nuance para um problema que ainda é dos nossos dias. Se a sogra não sai lá de casa sai o casal

Branca de Castela
  • nasceu em Palência, Espanha a 4 de Março de 1188
  • morreu em Melun, França, 27 de Novembro de 1252

segunda-feira, março 22, 2010

A ruiva incendiária de D.Sancho I

Oficialmente o nosso Sancho foi casado com D.Dulce de Aragão, por razões diplomáticas esse casamento foi concebido segundo a estratégia diplomática de D.Afonso Henriques. Casamento aliás que deu muitos frutos pois ao longo de 20 anos de casamento, daria à luz no mínimo 11 filhos, suficientes para assegurar a continuidade dinástica.

Contudo, há sempre um contudo nesta coisas de sexo real, havia uma tal Maria Pais Ribeira, mais conhecida pela Ribeirinha que se dizia ter sido a sua grande paixão.

Ribeirinha pelo seu corpinho miúdo, ruíva de grande beleza, muita sedução e alguma perfídia, ao ponto de ter tido privilégios de Rainha como por exemplo o senhorio de Vila do Conde que o rei velho ciumento, lhe doara, como a condição específica de não se casar.

Acabou por ser raptada, após a morte do rei Sancho por Lourenço Viegas refugiando-se no Reino de Leão.

De volta ao reino, acabou por conseguir que D.Afonso II, em vez de perdoar a Viegas, como ela lhe fizera crer conseguir, mandou mata-lo vindo depois a casar com João Fernandes de Lima – o bom, (foi o primeiro da sua família a usar o apelido Lima), com quem ainda viria a ter 3 filhos.

Maria Pais a Ribeirinha viria a morrer em 1258, com 88 anos e está sepultada no Mosteiro de Grijó

  • Maria Pais Ribeiro viveu entre 1170 e 1258
  • D.Sancho I entre 1154 e 1211

quinta-feira, março 18, 2010

A única rainha consorte que nunca foi a Inglaterra

Muito embora para ao muçulmanos a figura de Ricardo Coração de Leão, servisse para meter medo ás crianças que se portava mal, penso que não o faziam porque Ricardo fosse especialmente feio, mas devido à sua actuação na guerra das cruzadas. Porém o seu noivado com a prometida Alice meia-irmã de Filipe II, foi um bocadito prejudicado por um pequeno incidente famílar, o seu pai Henrique envolveu-se com a prometida, cujo noivado tinha sido arranjado pela mãe Leonor.

Partindo para outra Ricardo acaba por casar com Berengária de Navarra, filha de Sancho IV, em Chipre, antes de partirem ambos para a Cruzada, regressaram separado e como no regresso Ricardo foi preso, continuaram separados.

Como o amor não devia ser muito intenso, quando libertado, Ricardo não convidou a consorte a reunir-se-lhe, o que aconteceu até ao resto da vida de Ricardo. Não admira mesmo nada que por consequência não tenham tido filhos.

Berengária acabou por ser a única rainha consorte de Inglaterra que nunca visitou o país.aliás, também por certo muito pouco visitada pelo marido

Ricardo, pouco ligou a Berengária e ao que parece também não muito à própria Inglaterra que era Rei.

Terá vivido lá 6 ou 7 anos ao todo e ao que consta, nem inglês falava só francês como sua mamã

  • Ricardo viveu entre 1157 e 1199

domingo, março 14, 2010

A bigamia do Dieudonné

A ideia que perseguir judeus é uma ideia quinhentista é falsa, pelo menos 3 séculos antes disso Dieudonné (Dádiva de Deus), como era conhecido Filipe II de França, que se tornou rei aos 15 anos, descobriu a formula de reforçar as debilitadas finanças reais, expulsar judeus e abichar os seus bens.

Foi assim em 1182


Como seu pai só ao terceiro casamento conseguiu ter um filho varão foi considerado uma dádiva de Deus, por certo à revelia dos judeus, como já disse.

A rivalidade com Ricardo Coração de Leão era tão grande que adoeceram ambos com uma febre, da qual resultou alopécia e perda de unhas, e Filipe ganhou desta vez porque também perdeu uma vista.

Difícil mesmo de entender foi a razão que terá levado Filipe II a ter repudiado a sua segunda mulher Ingeborg da Dinamarca, no dia seguinte ao casamento, enviando-a para um mosteiro, recusando-se a reconhece-la como rainha, embora não conste que tenha devolvido 10.000 marcos em prata do dote.

Optou pela via da bigamia casando com Inês da Merânia, mas claro, arranjando um conflito dos diabos com o papado o que levou a uma interdição (excomunhão para Países) mesmo no início da viragem para o século XIII e obrigando-o a separar-se de Inês e respeitar o casamento com Ingeborg.


Acabando por organizar uma cerimónia de reconciliação, o interdito foi levantado em Setembro.

No entanto não voltou a juntar-se com a antiga esposa e continuou o processo de anulação do casamento.


Entretanto a morte de Inês, veio simplificar a questão e em 1213 devido à sua pretensão ao trono da Inglaterra através das ligações familiares da rainha, reconciliou-se (?) com Ingeborg .


Com a morte do marido em 1223, a rainha retirou-se para o priorado de Saint-Jean-de-l'Ile que fundara próximo a Corbeil, numa ilha de Essonne.

Lá passou o resto da sua vida em paz, até 29 de Julho de 1236, quando morreu aos 60 anos.

À falta de melhor foi chamada de Rainha de Orleães pelos seus contemporâneos, que não sabiam que título lhe atribuir.

Por cá D.Sancho ia fazendo 19 filhos,durante 20 anos o que foi uma excelente média, não de forma tão certinha como seu pai, mas isso são contas para outras histórias.




Filipe II nasceu em 1180 morreu em 1223
D.Sancho nasceu em 1154 e morreu em 1211


sexta-feira, março 12, 2010

D.Afonso Henriques um rei certinho

Enquanto Henrique II em Inglaterra ou Luís VII em França, mantinham as suas relações sexuais bastante atribuladas, o primeiro com diversas amantes e pelo menos 2 filhos ilegítimos e o segundo não menos afoito e depois de 3 casamentos e seis filhos ainda arranjou "oportunidade" para mais um ilegítimo de uma amante "desconhecida", eventualmente "mãe incógnita" ou como quem diz de algum vassalo importante, que não convinha divulgar o nome.

Enquanto isso dizia eu o nosso rei fundador contemporâneo destes dois " colegas", manteve uma vida limpinha de incidentes (pelo menos não são registados atropelos). Se é certo que teve dois filhos antes do seu casamento, da sua amante Chamoa Gomes que segundo a visão romântica de Freitas do Amaral, teria sido a mulher da sua vida.

Levando ainda mais longe a sua teorização romântica, Freitas do Amaral, diz ainda que D.Afonso Henriques terá tentado casar com Chamoa, mas não o terá conseguido, pois naquele tempo de indiscutível autoridade da Igreja Católica os Reis não podiam casar com as amantes e os filhos ilegítimos não podiam suceder-lhes na coroa.

Quanto á possibilidade da amante, deixar de o ser pelo casamento, também, não se poderia colocar, já que Chamoa Gomes, depois de enviuvar do seu primeiro marido, professara no mosteiro de Vairão, logo era Devota (de vota consagrada a Deus) e impedida de se casar.

Muito embora não haja qualquer prova documental, há quem afirme que D.Afonso terá casado com Chamoa, muito embora esse casamento tenha sido anulado pouco tempo depois.

Casou então oficialmente em 1146 com dona Mafalda de Saboia, por razões de Estado, estratégicas, indo casar "longe" par ficar de fora de influências dinásticas com a vizinhança "espanhola" digamos assim por comodidade de linguagem.

Foram então gerados 7 filhos legítimos entre o nascimento do primeiro em 1147 chamado Henrique que viria a morrer jovem e a última Teresa nascida em 1157 e cujo parte originou a morte de sua mãe.

Depois de enviuvar mais uma ilegítima fruto da sua relação com uma tal Elvira o que em conclusão nos pode levar a dizer que ilegítimos só antes e depois de casar, durante o casamento fidelidade absoluta.

Enfim um santo, este nosso belicoso rei fundador D.Afonso Henriques.

Espaço de datas referências
  • D.Afonso Henriques nasceu em 1109 e morreu em 1185
  • Henrique II de Inglaterra nasceu em 1133 e morreu em 1189
  • Luís VII de França nasceu em 1120 morreu em 1180




quinta-feira, março 11, 2010

Leonor uma rainha poderosa (II)

Pouco tempo depois de se ter divorciado de Luis VII, Leonor de Aquitânia, casou com Henrique II o Plantageneta titular do trono de Inglaterra e só com esse casamento transferiu-se para o lado da coroa inglesa o tal terço do que é hoje a França, reduzindo o reino franco a proporções bem mais pequenas.

Leonor casou com Henrique em 1152 e nesse mesmo ano nasceu o primeiro filho de nome Guilherme, facto bastante comentado na altura e mais seria se houvesse revistas ou jornais de escândalos, que não deixariam de referir as relações pré-nupciais entre os monarcas.

Leonor além de riquíssima e poderosa, era culta e nada burra, pelo contrário, e tanto quanto se pode adivinhar, não esteve para suportar as aventuras extra-conjugais do marido e retirou-se para os seus territórios em França.

A reconciliação entre eles nunca aconteceu, até porque ela e os filhos mais velhos chegaram a maquinar uma rebelião contra Henrique em 1173 e se é verdade de Henrique viria a perdoar aos filhos a Leonor nunca perdoou e ela chegou a estar presa durante 16 anos, primeiro no Castelo Chinon, depois em Salisbury.

Só depois da morte do marido foi libertada pelo filho Ricardo e quando este partiu para a 3ª cruzada, ficou com regente de Inglaterra.

O Não posso deixar de referir a propósito deste tema , o meu filme favorito chama-se Leão no Inverno e esta é a cena inicial do filme que refere o momento em que Henrique II (PeterToole) manda suspender o exílio de Leonor (Katerine Hepburn) para passarem o Natal em família. Claro que o que Henrique pretendia era que ela aceitasse o divórcio, para se casar com a moçoila ai da imagem.( Leonor já estaria um pouco usada, ela era 11 anos mais velha que Henrique)

A interpretação de ambos é soberba e ao longo do filme deixam transparecer para além das suas divergência, uma relação de amor-ódio, que não tenho a certeza fosse o que sentiam Henrique e Leonor.


quarta-feira, março 10, 2010

Leonor uma rainha poderosa

No ano de 1137 Leonor de Aquitânia era a mulher mais poderosa e rica da Europa, porque o seu pai durante uma peregrinação a Santiago de Compostela, morreu, dizem que vitimado por uma intoxicação alimentar. Como o seu irmão mais velho já tinha morrido, herdou os ducados de Aquitânia, Gasconha e o condado de Poitiers, tudo somado uma parte substancial do que é hoje a França.

Isso tudo era festim para Rei e o sortudo foi o destinado futuro rei dos franceses Luís. Assim aconteceu mas o seu casamento com Luís VII, não resultou, por incompatibilidade de feitios que se avolumaram no decurso da cruzada em que ambos participaram.

É atribuída uma declaração a Leonor: que pensava ter-se casado com um rei, mas descobrira que se casara com um monge.Talvez nesta frase esteja condensada uma outra que lhe terá sido feita de infidelidade, nunca comprovada.

O certo é que a falta de filho varão, esteve na origem da separação que Luis VII veio a conseguir utilizando a infalível formula da consanguínidade. A separação em 1152 e o posterior casamento com Henrique II de Inglaterra, irão determinar a História da Europa por vários séculos