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sexta-feira, dezembro 28, 2007

É tudo à Vara larga


Lá vai ele a grande velocidade para a cadeira da administração do maior banco privado português.

Coio de trafulhas, como ultimamente veio a lume, o BCP, provavelmente não caso único por entre as instituições bancárias, redefine a sua equipe de administradores, sob a batuta de Santos Ferreira oriundo da Caixa Geral de Depósitos.


Com ele "voam" umas tantas figuras, entre as quais o nosso inefável Vara, o Homem, verdadeiro espanto de capacidade promocional, proveniente dum vasto e impressionante currículo.

Este transmontano, amigo de Sócrates, verdadeiro ponta de lança na via aberta ( sempre interessante) da banca privada ao centro do poder, é por certo uma peça importante para convencer os accionistas daquele banco em aprovarem a lista de administradores, agora apresentada.


Começou como simples funcionário de balcão na dependência da Caixa Geral de Depósitos em Mogadouro, o que lhe trouxe por certo a experiência bancária necessária, para o desempenho da missão.

Por outro lado recordo alguns títulos de notícias publicadas em tempo nos jornais, as broncas da demissão, forçada por Jorge Sampaio, ao tempo presidente da República, da Fundação para a Prevenção e Segurança.


O caso da Sovenco, sociedade com José Sócrates e Fátima Felgueiras, que acabou numa condenação com pena suspensa de 4 anos ao arguido Vara
 .

Completam afinal o perfil necessário, para a desejada cadeira na administração do Millenium, que a avaliar pelas características dos homens que lá estavam, me permitem afirmar não serem precisas mais qualificações.


Do caso Millenium, apetece contudo fazer algumas perguntas, que a nós alimentadores compulsivos da máquina bancária, devem ser respondidas.
  • Qual o papel e a credibilidade das empresas que fazem auditorias à banca ? em especial a responsável pela auditoria ao Millenium ?
  • Qual o papel do Banco de Portugal ? Organismo regulador da actividade bancária ou Grémio das Instituições bancárias ?
  • Qual o papel da "CIVIEME" (assim com sotaque Berardo), como organismo fiscalizador das empresas cotadas e bolsa ?
Enquanto não forem respondidas e esclarecidas estas questões, proponho que sejam libertados, todos os condenados, que roubaram insignificâncias para dar de comer aos filhos.

sábado, dezembro 22, 2007

Nascido palhaço palhaço toda a vida


Não há como mexer no baú dos retratos antigos para percebermos, como o nosso destino está marcado desde que nascemos.

Pela foto junto dá para perceber, como apenas com 5 anos, já demonstrava tanta queda, para a carreira de palhaço que hoje brilhantemente continuo a desempenhar.

Pior ainda é constatar, que pelo menos naquela altura, fingia de palhaço rico, enquanto o palhaço icon deste blogue , representativo do que ao longo dos anos os Oliveiras os Pintos os Silvas e outros que tais têm conduzido os destinos da euroculândia, reduzindo os bobos duma corte que devia ser nossa, à condição de palhaço pobre.

Que o ano que vêm seja melhor, continuaremos palhaços aposto, mas pelo menos de cabeça erguida.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Tenho saudades do unha suja

A arma mais letal que existia, potencialmente apontada à carteira do vulgar cidadão eurocú, era a linguagem de mecânico de automóveis, pior mesmo, digo eu do que a do técnico de informática.

Alguns sintomas de ataque programado à carteira, começavam com observações tipo, "por enquanto desenrasquei isto, mas vá-se preparando, que dá próxima blá, blá, blá etc", mau sinal da borrasca que se avizinhava, sintomatologia bem agravada se por acaso o referido mecânico, estivesse a limpar a unha negra no tradicional desperdício.

Claro que estou a brincar, este era o panorama do antigamente, agora é tudo mais moderno, o mecânico da unha suja desapareceu da nossa frente, agora é uma menina que trata do interface cliente oficina, chamada recepcionista e nos transmite esses presságios negros, vindos lá de dentro.

Com várias desvantagens, qual delas a pior mas das quais destaco
  1. A menina recepcionista, não percebe nada de mecânica, logo vai debitando a tradução mal aviada, do que lhe disseram lá dentro, composta por alguns palavrões atemorizadores tipo árvore de cames, pistons e vareta do não sei quantos.
  2. Nada do que ela diz é originário do unha suja, nada disso, é tudo electrónico, é o computador que diz que o sensor do motor diz que estou feito ao bife, o unha suja desapareceu, é um mero executor.
  3. Antigamente havia o ouvido do especialista para detectar o que um dia mais tarde me viria a lixar o orçamento mas que para já ele desenrascava. Agora acabou, o computador confirmou, o que o nervoso sensor indicava, amarelando o meu tablier e não há nada a fazer é mudar as peças e pagar.
Só há que esperar que as peças que o computador indicou, venham lá não sei de onde, talvez da Coreia ou de um qualquer armazém de peças provavelmente em Espanha.

Amanhã chegou o meu dia, baraço ao pescoço, lá vou pagar mais um tributo de me ter "civilizado" e deixado de andar em transportes públicos.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Açorianos 'impedidos' de passar o Natal no país

Se o Estado português não respeita os portugueses que vivem aqui em Portugal, e são seus contribuintes como há de respeitar os aqui não estão e não contabilizam votos ?.

Eis a notícia retirada dos diálogos lusófonos

grupo a que pertenço e promove o encontro cultural entre gentes da lingua portuguesa


Açorianos 'impedidos' de passar o Natal no país

Emigrantes nas Bermudas não conseguem renovar passaportes devido ao encerramento do consulado

Portugueses residentes nas Bermudas estão impedidos de passar o Natal nos Açores porque o consulado de Portugal em Hamilton está novamente encerrado e não conseguem renovar os passaportes, denunciou hoje o líder comunitário Eddy Mello.

"Os portugueses nas Bermudas sentem-se abandonados e indignados com o governo de Lisboa", disse Eddy de Mello, adiantando que os emigrantes com passaportes caducados não conseguem sair da ilha, nem mesmo para se deslocarem ao consulado de Boston, nos Estados Unidos, posto mais próximo.

Desde 2001, quando ficou sem titular, o consulado de Portugal em Hamilton funciona intermitentemente com o Ministério dos Negócios Estrangeiros a destacar por breves períodos um funcionário dos seus quadros.

O último funcionário que passou pelas Bermudas foi em Outubro, permanecendo desde então com as portas fechadas.

Residem nas Bermudas cerca de 11 mil portugueses.

Eddy Mello contou que há portugueses desesperados, uma vez que já tinham os bilhetes de avião comprados para passar o Natal nos Açores, mas não conseguem sair da ilha porque não têm passaportes.

Eddy Mello sublinhou que a situação é ainda mais grave quando "passaportes portugueses estão em armazéns de empresas de transportes e não podem ser entregues a quem deles está à espera porque o consulado está encerrado".

As ilhas Bermudas são uma região autónoma sob dependência do Reino Unido, situada no oceano Atlântico. Os cerca de 11 mil portugueses que ali residem são oriundos sobretudo dos Açores e trabalham, na sua maioria, no turismo, restauração e jardinagem. Depois da vaga de emigração dos anos 60 e 70, o fluxo migratório para as Bermudas diminuiu bastante.

No entanto, o meio associativo português em Hamilton estima que cerca de três mil portugueses estejam no território com contrato de trabalho, mantendo fortes ligações com a terra de origem e precisando de apoio consular frequente.

No âmbito da reestruturação consular, o governo português vai transformar o consulado de Portugal em Hamilton em consulado honorário, mas até à data desconhece-se o nome do futuro cônsul honorário.

Eddy Mello, convidado pelo governo português para ser cônsul honorário nas Bermudas, adiantou à Lusa que não aceitou o convite, referindo apenas que não está interessado.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Quem quer ir pró Carmelo ?


(força com as obras irmãs)

A comunidade feminina do Carmelo de S.José promove vendas no mosteiro a bom preço e a certeza que esse investimentozinho imobiliário, nunca vai ser esquecido por Deus no céu.

Uma cela no Carmelo custa 10.000 €, que não se pode considerar caro, atendendo não só ao espaço em si mesmo, mas também ao complemento das orações, que suponho sejam feitas em nome do comprador.

Para bolsos igualmente bem intencionados, mas menos abonados, há produtos mais em conta, como uma simples porta ou uns metros de chão. Enfim, haverá sempre qualquer coisa para comprar e ajudar à construção das novas instalações.

Tenho uma dúvida não percebi ainda se o dono da cela, pode ir para lá viver, embora julgue que não seja possível,pois seria desafiar as tentações no seu limite máximo que motivaria por certo um acréscimo nas orações.

Tentações a que me refiro, não são as que imediatamente, aposto, todos terão pensado, já que segundo a notícia do DN de hoje 11 de Dezembro, metade das 20 carmelitas descalças, ui !!, tem menos de 42 anos.

A tentação que me baba, é a de pensar nos jantarinhos deliciosos que o hóspede proprietário da cela poderia usufruir, já que é famosa a gastronomia mosteiral.

Os doces meu Deus (apropriado desabafo), os doces, as compotas, imagino-me coberto de compota de ginja ou de marmelo ao quadradinhos, como sé uma carmelita descalça, será capaz de fazer. tudo isto depois dum magnífico cabrito à padeira, regado com um tinto de qualidade e bênção divina (também a propósito) um licor qualquer da sua lavra.

Quero ir pró Carmelo, já.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Primeiro a humidade

Uma grande lição para mim e para todo a gente que passa a vida a queixar-se de tudo e de nada, que o governo é isto e aquilo, que o problema é não sei quanto que mais e o Ministro da Finanças, mais o da Saúde e a Segurança Social, blá, blá , bla.

Não é assim temos que ser sintéticos ele é agarrar numa tecla só e bater-lhe em cima, enquanto esse assunto não estiver resolvido, nada mais existe, uma coisa de cada vez.

Mais tarde falaremos no problema dos ratos.

terça-feira, dezembro 04, 2007

A cimeira de Lisboa e a hipocrisia nacional


A questão da cimeira de Lisboa, manifestação que resultará inócua como acontece nestas cimeiras da treta, pelo menos a meus olhos.

A fome a doença e a morte de milhares de crianças e populações indefesas vai continuar, com ou sem cimeira de Lisboa, o objectivo de exterminar a guerra e os senhores que mandam nela, resultará em nada e esse seria o meu objectivo único, se eu mandasse na programação da agenda.

O que saliento é a hipocrisia dos nossos políticos, anfitriões e organizadores do evento, a propósito do convite ao Mugabe.

Assim a modo como quem convida, mas deixa ficar nas entrelinhas que era óptimo que Mugabe não viesse, alegasse eventual diarreia de última hora, ou mesmo qualquer outra coisa que lhe apetecesse dizer mais ou menos de cariz político, tanto fazia.

Não queríamos incomodar os amigos ingleses, nem a unidade africana. Queríamos ficar bem na foto, engraxando toda a gente, sem coragem para assumir a nossa posição política com frontalidade, não convidar o Mugabe porque ele é um ditador insuportável. PONTO FINAL.

Admito contudo, que se entendesse, não descriminar nenhum País e convidar toda a gente aceito e acho correcto. O que é ignóbil é fazer isso e depois declarar à boca pequena, sorrateira e jesuiticamente que era bom que ele não viesse.

É histórica essa atitude nacional de falta de coluna cervical, hipócrita, jesuítica e mesquínha, como sempre fomos ao longo da História, continua a ser e infelizmente não perspectivo melhorias futuras.

sábado, dezembro 01, 2007

Boas Festas


Descobri aí pela gavetas esta mensagem fotográfica que o meu pai, amador fotográfico, fez há uns 60 (sessenta digo bem ) anos passados.

Redescobrir esta imagem, têm como se deve calcular um duplo sabor para mim, pelo que aproveito para aqui publicar a mensagem que renovo a todos os meus amigos de Boas Festas e Ano Feliz.

Essa velha árvore que existia em frente de minha casa, perdida nos confins da Serra da Lousã, foi a escolhida para levar umas marteladas com esses pregos enormes, dados por certo com a subtileza da minha inocente mãozinha.

Ainda espeto pregos na vida, só que muitas vezes tenho martelado os dedos, o que espero nunca aconteça com os meus amigos e com as pessoas que mais amo.

Para todos eles os meus desejos renovados como à 60 anos.

quinta-feira, novembro 22, 2007

Feminicídio no Congo

Este blogue, em solidariedade com as vítimas das atrocidade, denunciadas na Casa Comum, referência essa entrada, convidando os eventuais leitores a uma visita aos meandros do horror, que julgávamos impossível no século XXI.

Note-se que não se fala apenas de barbárie africana, estão envolvidas tropas da ONU, de que países ? haverá militares de países do acidente civilizado envolvidos ? são a pergunta que quero fazer, e que vou tentar saber as respostas.

Para ver clicar aqui

sábado, novembro 10, 2007

Fado de um amor Santana

Se em cada português há um fadista, deve concluir-se que na vida política não faltam marialvas que cheios de alma, vão tratando de fazer da nossa vida um fado lixado.

Vejamos então se esta letra, não fica bem na "boca linda" do Menezes, fadistando ao seu novo amigo Santana Lopes, agora chefe da bancada ... de peixe PPD-PSD

Convém ouvir


Primeiro as promessa, e a recomendação "não olhes para trás triste passado"

Prepara a tua vida
não olhes para traz
triste passado
confia em tudo
que te digo
vais ter a felicidade
a meu lado

Relembra depois os tempos do menino guerreiro "sem carinho, esperança ou alegria"

Já viste que diz
uma via inteira
sem carinhos, esperança
e alegria
não podes viver assim
dessa maneira
mostrando sempre
a todos
que não sentias

Depois a recomendação para uma atitude "faz-te forte ergue a cabeça"

Faz-te forte
ergue a cabeça
com pureza,
vai ser abençoar
nossa união,
não quero que vivas
nessa tristeza,
vai ficar dentro do teu
meu coração,

Por fim a promessa duma boa cama "viveremos como dois anjos,
lado o lado"

Depois de estares
livre a valer,
vais ver tudo de belo
que está guardado,
nenhum de nós
se vai arrepender,
viveremos como
dois anjos,
lado o lado.

O único dado sério deste apontamento é a voz de Artur Batalha cantado uma letra de Elvira C. de Almeida.

domingo, novembro 04, 2007

Quem lê o quê

Isabela, a criadora dum dos melhores e mais interessantes blogues que conheço, chamado O Mundo perfeito,
colocou-me o seguinte questão :
  1. Pegasse no livro mais próximo, com mais de 161 páginas – implicando acaso e não escolha.
  2. Abrisse o livro na página 161.
  3. Na referida página procurasse a 5.ª frase completa.
  4. Transcrevesse na íntegra para o seu blogue a frase encontrada.
  5. Passasse o desafio a cinco bloggers.
Não mais do que um simples jogo, do acaso das palavras encontradas, fica a curiosidade da procura frustrada no primeiro dos livros a que deitei mão.

As máscaras de Salazar um livro de Fernando Dacosta, na página 161, limita-se a 2 parágrafozitos modestos já que é fim de capítulo, não tendo sequer 5 frases completas.

Vantagem a minha mania de ler vários livros ao mesmo tempo, na mesa de cabeceira também consta o Ensaio sobre a cegueira do Saramago e a 5ª frase que destaco da página 161 é a seguinte :"A mulher do médico contou os que ficaram, eram dezassete, contando com ela e o marido" .

Conforme as características deste blogue, não posso deixar de comentar esta frase, acrescentado que infelizmente este não é o quadro da sala de espera dos hospícios na Euroculândia. Dezassete é um pequeno número comparado com a paisagem habitual nas mal cheirosas salas de espera de alguns desses antros.

Já que falei de Saramago lembrei-me de ter lido recentemente na imprensa nacional, que aqui na Euroculândia, o tempo de espera para uma consulta de especialidade nas Instituições Públicas de (des)Saúde é 10 vezes superior ao tempo de espera em Espanha.

Posto isto, convenhamos que este exercício em cadeia, a que não quis deixar de dar o meu contributo, peca por alguma inutilidade por inconsequência de objectivos. Não promove qualquer tipo de discussão, ou de análise entre bloguistas o que poderia ser interessante.

Desta iniciativa apenas se pode colher alguma divulgação sobre os livros que cada um lê, apenas isso.

Quanto aos 5 blogues a indicar para passar o desafio, sigo a regra da Isabela, indicando para o efeito os 5 primeiros bloguistas a comentar esta postagem a partir do momento da publicação.

quarta-feira, outubro 31, 2007

Em Fátima haverá milagre ?

Se o Sporting perder hoje em Fátima, está comprometido com a Liga de futebol profissional a dizer

Sim é verdade eu não jogo mais do que um pequeno clube da segunda divisão.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Isto está mau mas não é para todos



Bastam 12 anitos de trabalho no Parlamento para se obter o máximo da pensão vitalícia, que corresponde a 80 % do último ordenado. (Aqui não há médias dos últimos 10 anos, nem de toda a carreira contributiva como para a restante plebe.)


Dando de barato que a expressão trabalho se aplique à minoria dos nossos queridos deputados, o certo é que mesmo os inúteis que ninguém sabe o que lá fazem, atendendo a que agora com as votações electrónicas nem precisam de se levantar para votar. O certo é que o sol quando nasce é para todos os deputados.

Vem à baila este assunto pela notícia do pedido de reforma requerido por Marques Mendes deputado e ex-líder do PSD. Por acaso um esforçado trabalhador daquela casa durante 20 anos.

Comparativamente com a restante gentinha trabalhadora, fazendo contas é o mesmo que alguém que tenha começado a trabalhar com 18 anos tenha condições para se reformar aos 30.

Contudo, ainda neste contexto, quando terminam as funções, os deputados e governantes têm o direito, de acordo com a Lei que criaram para si próprios, também a um subsídio dito de reintegração.

Para além de Marques Mendes ocorreu-me outra situação será que ?

Pina Moura continua a acumular os ordenados de Deputados na Assembleia da República e de Administrador da Iberdrola espanhola em Portugal ?

Será que Pina Moura também já se reformou ?

Será que recebeu o subsídiozinho de reintegração ?

segunda-feira, outubro 22, 2007

Jovens alistem-se protegendo o Oficialato

Nuno Severiano Teixeira ministro da Defesa Nacional aqui da Euroculândia fez ontem algumas declarações interessantes como se pede que sejam as de um Ministro do Reino, desde que não seja Ministro da Saúde, a quem em definitivo estão vedadas intervenções com esse cariz.

Começo, por não entender a razão porque seja necessário haver um Ministério da Defesa, como se houvesse por cá alguma coisa, que valha a pena defender, ou melhor ainda como se existisse no Mundo algum País interessado em cobiçar-nos.

Portanto para já como declaração de princípio afirmo a inutilidade de cada euro gasto com o referido Ministério.

Destaco das referidas declarações uma nota importante "blá, blá, blá, e o prestígio internacional de Portugal" ,(pensava que quem tratava disso era o Cristiano Ronaldo). Porque era o dia do Exército, afirmou ainda que " a condição militar exige uma avaliação específica".

Momento alto dum discurso ímpar, utilizando uma frase profundamente inédita, mas que paradoxalmente me leva a perceber que estou de acordo com ele.

Realmente essa avaliação específica, resultaria para mim, num absoluto zero em utilidade funcional, comparativamente com as necessidades do País, o que levaria à extinção total de tal ministério.

Poupavam-se por certo um número largo de euros no orçamento anual.

Porém a preocupação fundamental das hostes militares não é essa. Pelas palavras do senhor José Luís Pinto Ramalho, General Chefe do Estado Maior do Exército, há é falta de soldados e declara-se insatisfeito enquanto não houver 14500 praças.

Temos que perceber a sua preocupação, mais do que as necessidade de defesa nacional, julgo que o que o referido senhor General, nas entrelinhas quer dizer, é que há generais a mais para os soldados que não temos.

É preciso portanto, alargar o numero de soldados para justificar a quantidade de oficiais no activo.

Fossem os senhores oficiais generais, equiparados a escriturários no seu estatuto de funcionários públicos, que realmente são e já o senhor engenheiro Pinto de Sousa e o responsável pelas Finanças lhes tinham tratado da respectiva carreira, encaminhando-os para os Serviços de Desemprego da sua região... a bem da Nação

quarta-feira, outubro 10, 2007

Ninguém devia suicidar-se em horas de ponta

Aqui pelo meu sítio, têm acontecido ultimamente uma série de suicídios,( inexplicável num país cor de rosa como o nosso), curiosamente sempre na mesma rua e da mesma forma, queda livre do alto de edifícios.

Para além da ocorrência, que naturalmente agita a população, há os detalhes curiosos das observações emitidas, conhecida que é a incapacidade que todos os portugas têm de ficar calados, em vez de dizer disparates, em situações desse género.

Nestas circunstâncias, revelam-se os mais diversos tipos de personagens, claro que, como o suicida em causa, era um homem de idade, logo algumas mulheres no café em frente, onde eu também estava, acertaram de imediato as inevitáveis conclusões de ordem social, "coitado as pessoas chegam a uma certa idade e vêm-se sozinhas, sem um carinho sem amor".

Avisadamente também proferi uma declaração pública, inteligente como sempre, " ás vezes as pessoas cansam-se de viver", disse eu, de forma bem original.

Percebi que tinha acertado, pelo acento afirmativo de cabeça de alguns.

Tudo seria normal se tivéssemos ficado por aqui, porém nestas coisas o pior vem depois, quando esgotados os lugares comuns, as pessoas continuam a sentir a irreprimível vontade de continuar a falar.

"As pessoas atiram-se logo nestas ruas, atrapalhando o trânsito, claro que não pensam nisso", ouvi eu, juro, do velho R, reformado da CP, que em África, tinha disto, como habitual, já que as pessoas se atiravam muito para a linha do comboio.

Outras pérolas se seguiram, achei então melhor começar a tomar nota, pressentindo uma hecatombe asneirenta. " Ele escolheu este sítio, porque pelo menos sabia que aqui havia pessoas conhecidas, sempre teria acompanhamento, "afirmava a dona do café, onde o suicida algumas vezes tomava qualquer coisa.

Depois temos o departamento das pessoas que personalizam tudo, tudo é umbigal, vejamos um exemplo

"Esta semana é péssima para mim, ontem foi uma cena de facada lá no meu prédio, hoje é isto". Fez-me pensar que o suicida, talvez não tenha conduziu o seu acto da melhor forma, deveria ter guardado o voo picado, para outra semana em que a semana de M. estivesse mais aliviada de horrores.

Aguardei mais uma hora, prolongando a leitura do meu jornal, porque o suicida que se lançou da altura dum oitavo andar, caiu em cima dum carro.

Confesso que esperei a pergunta que cheguei a adivinhar quando alguém disse "olha se tem caído em cima de alguém", aí encolhi-me todo e esperei a pergunta definitiva " e agora quem é que vai pagar os prejuízos no carro ?".

Que fique lavrado em acta, 2 horas depois da ocorrência, ninguém o perguntou no "meu café".


terça-feira, outubro 09, 2007

Segurem as carteiras, vem aí a Banca

Assunto: Petição já acima de 74000 !

Os bancos preparam-se para cobrar 1,50€ (300 escudos na moeda
antiga), por cada levantamento nas caixas ATM.

De cada vez que levantar o seu dinheiro com o seu cartão, o banco vai
almoçar à sua conta.

Este 'imposto' aumenta exponencialmente os lucros que continuam a
subir, na razão directa da perda de poder de compra dos Portugueses.

Este é um assunto que interessa a todos os que não são banqueiros
e não têm 'pais ricos'.

Quem quiser, assine em a petição e reencaminhe a mensagem para o
maior número de pessoas conhecidas.

Este foi o teor dum mail que recebi, exactamente no dia em que estive estacionado numa dependência do Banco Espírito Santo (podia ser noutro qualquer dos principais bancos, porque são todos iguais), cerca de 45 minutos para ser atendido, de pé sem qualquer tipo de condições.

Com uma única empregada no atendimento, essa empregada trata de tudo, seja que assunto for, tanto atendendo pessoas que apenas querem fazer um depósito, como assuntos mais complexos.

A ganância bancária pelos aumento do lucros, sempre chorudos, conduz a uma redução drástica de pessoal, usando verdadeiras políticas de exploração exacerbada de alguns dos seus funcionários, amealhando mais uns milhões com essa estratégia.

Não contentes com isso preparam-se também para amealhar mais uns trocos, rentabilizando a utilização das máquinas ATM, que foram implementadas, para reduzir custos com o pessoal, não tenhamos dúvidas.

Hoje em dia o meu Banco é o Barclays, fundamentalmente porque ainda é pequeno e tem pouco clientes. Há sempre a possibilidade de ser melhor atendido, quando os clientes são menos.

Foi assim com o Santander quando só era espanhol e era mais pequeno, depois "Tottarizou-se", aportuguesou-se, cresceu e abandalhou-se, foi nessa altura que mudei.




quinta-feira, outubro 04, 2007

Devaneios dum Presidente

Ouvindo o próprio José Manuel em jovem, concluo que :

Quem fomentou a luta entre estudantes e trabalhadores , lançou-se no bom caminho de conseguir um dia, zelar pelo seu futurozinho conseguindo o lugar de presidente da Comissão Europeia.


O melhor foi começar pelas bases conhecer o povo, para depois mais tarde chamar ao viranço da casaca, abandono de devaneio juvenis, que segundo esses "devoristas do século XX", foram perfeitamente normais.

Agradeço a ideia ao blogue Reflexão dum cão com pulgas


quarta-feira, outubro 03, 2007

Senhor Silva estimula o aumento do desemprego

Já estamos em 5º lugar na taxa de desemprego na Europa comunitária, praticamente na cauda como é habitual e se nos continuarmos a esforçar, em breve, chegaremos ao respectivo olho, que é como quem diz ao cerne da questão, o último lugar.

Se o Silva presidente continuar a fazer a apologia que as empresas portuguesas (e europeias também), devem investirem muito na Polónia, na Índia ou no Brasil, a tentação de fechar portas aqui e ir investir noutro lado acabará por se tornar aliciante, em prejuízo da nossa débil economia.

Ainda se tivéssemos uma indústria forte, investir fora do País, poderia ser óptimo para escoar produtos aqui feitos, mas não é o caso.

Será verdade para a China, para Portugal não é, não devemos esquecer que o que sabemos fazer é rolhas, rolhas de cortiça, que mesmo assim é industria em decadência.

Acrescente-se que na Polónia o desemprego está a diminuir, também porque seguindo as indicações do nosso presidente, vários capitalistas portugueses têm ali investido, em prejuízo do investimento no seu próprio País.

Em Portugal o emprego que existe, vai acontecendo duma forma precária, (aliás como todo o País que é em si mesmo precário), é no sector dos serviços ou no comércio, e nestas condições e com estas características, só chegaremos mesmo ao objectivo o nosso lugar de eleição o último, que neste caso é o primeiro o país com maior taxa de desemprego.

Deveremos estar gratos a Belmiro de Azevedo, por resistir à tentação do convite presidencial em abrandar o investimento em Portugal, ou pelo menos dividi-lo, para ir investir na Polónia ou na Índia. ?

sábado, setembro 22, 2007

Basta de maus exemplos


Há meses a Federação Portuguesa de Futebol decidiu suspender por um ano, um jovem futebolista que num campeonato do Mundo da sua categoria resolveu num impulso irresistível de revolta sacar um cartão vermelho, que um arbitro se preparava para mostrar a um colega.

Decisão correcta da FPF, por certo para dar o exemplo a jogadores de futebol e a treinadores de todos os escalões, contra esse tipo de atitudes menos éticas.


Alguns treinadores de futebol até com idade de ser avós do puto malcriado, aprenderam a lição. Scolari não aprendeu e tentou atingir com uma tapinha um jogador da selecção Sérvia no final dum jogo da selecção principal de futebol.


Segundo mau exemplo, foi o que Scolari deu ao não ter conseguido acertar em cheio no referido jogador. Aquela distância não se pode falhar é inadmissível.

A um metro do alvo estica o braço e acerta ao lado ?!!!

A essa distência, tudo o que seja não acertar um borracho no trombil dum gajo, é frescura, e o senhor não é fresco pois não ?
Francamente senhor Scolari, com que cara vai repreender um jogador que falha um golo a 3 metros da baliza ?.

Com tanto mau exemplo no futebol não vamos a lado nenhum

domingo, setembro 16, 2007

Dalai Lama não é do Benfica

Em definitivo o Dalai Lama não é do Benfica. Algumas pessoas menos informadas poderiam ser levadas a concluir pela cor do equipamento que usa, em certas circunstâncias que sua santidade poderia ser adepto daquele clube.

Algumas notícias vindas a lume falavam na respectiva encarnação o que diga-se, serviu para aumentar a confusão entre os adeptos benfiquistas.

Este blog está em condições de afirmar, que essa notícia é falsa porque o Dalai Lama é budista e por consequência a sua religião impede-o ser adepto do Benfica.

Não tanto porque os ensinamentos básicos do budismo sejam: evitar o mal, fazer o bem e cultivar a própria mente mas sobretudo porque existe um impedimento absolutamente inultrapassável entre essa religião e o benfiquismo, a modéstia.

Sendo assim como não é possível, por imperativos religiosos, o Dalai Lama considerar-se superior aos outros seres humanos, logo não pode ser benfiquista.

Luís Filipe Vieira terá tentado convencê-lo a aceitar o patrocínio, (aliás como têm feito em tudo o que mexa e cheire a vitória, mesmo que numa actividade onde não tenham qualquer tradição) e também, das enormes vantagens para a nação tibetana em adquiri o novo kit sócio.



quarta-feira, setembro 12, 2007

Blogs favoritos

Tenho andado para prestar a minha homenagem aos meus blogs favoritos, referenciando 5 que classificaria, como os que considero de leitura mais interessante.

Fico-me por este número assim pequenino, porque sendo obrigado a escolher apenas estes, fui compelido a deixar de fora muitos outros também de grande qualidade.

Aqui estão os escolhidos. Não menciono o Abrupto sob pena de me julgarem imbecil.

Funes-el memorioso

Muito talentoso o autor deste blog. É corrosivo e antipático, mas irreverente, com um sentido de humor crítico fora do comum.

Os meus encantos

Poesia pura, singela e simples na escrita, sem arrebites, como são as coisas verdadeiras.

Sem pénis nem inveja

Teresa é a cronista dos detalhes. Elas escreve e nós ouvimos o mar e percebemos os cheiros que andam no ar.

Almanaque Republicano

Aqui não se premeia a criatividade, mas o trabalho e a fantástica disponibilidade para a publicação documental muito interessante para quem gosta das coisas da História

Reflexões dum cão com pulgas

Pedro Aniceto é o cronista do nosso tempo. Observador das nossas fraquezas, que são as dele. Ás vezes não tem é tempo para mais

Os meus amigos mais íntimos, cujos blogs não foram mencionados, que me perdoem, mas têm que se esforçar mais, isto aqui é como no guia Michelin, 5 estrelas não é para todos, Afinal dou-vos a oportunidade de fazer companhia ao JPP, no mesmo grupo dos não nomeados




domingo, setembro 09, 2007

Para um exercicío de desportivismo

Levar 56 a 10 no Mundial de rugby contra a Escócia equivale a levar 9 a 1 em futebol.

Faço a comparação com o futebol, porque como não percebemos nada daquilo, nem das regras nem de nada que tenha a ver com esse desporto, convém fazer a tradução para linguagem que a gente perceba.

Esta derrota deve ser aproveitada por nós para um exercício de humildade. Para que nos lembremos que quando damos 9 a 1 a São Marino no futebol, estamos nas tintas para o facto da maioria deles serem padeiros, polícias ou taxistas, amadores em geral e estão a competir contra profissionais altamente remunerados, os nossos.

Normalmente aproveitamos sempre essa ocasiões para dar largas à nossa gabarolice atávica, de grande potência do futebol.


Por acaso no futebol, já ninguém dá 9 seja a quem for e mesmo essas pequena nações do mundo futeboleiro, já não levam essa tareias.

Desta vez estamos muito orgulhosos de só ter perdido 9 a 1, porque somos amadores e dizem os únicos presentes no Mundial com esse estatuto.

Espero que saibamos ter essa compreensão nas modalidades desportivas em que somos superiores e não façamos a figura triste de gritar olés ou ridicularizar os mais fracos.

Já agora no desporto e na vida também

quinta-feira, setembro 06, 2007

Requiem por Luciano Pavarotti

Requiem é uma missa cantada em memória de alguém que morreu.

Na homenagem que lhe faço, só podia conceber o próprio Pavarotti a cantar no seu Requiem.

Nenhum humano poderá substituír a VOZ


Para o ouvir há quarenta anos atrás sem barba e mais magro, cantando o Ingemisco do Requiem de Verdi (clicar aqui)

perceberá como foi único.

O coro celestial ficou mais rico.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Bonzinho não escreve no blogue ao domingo

Estou na época estival das observações. Aproveito esta pausa na imbecilidade global, que é a vida portuguesa, permanentemente enredada nas mesmas questões que eternizam a nossa incapacidade de fazer um País melhor, onde as pessoas sintam prazer em viver e onde percebam que são respeitadas.

O período de férias, é uma pausa na idiotice dos governantes deixa-nos tempo livre para reflectir e observar outras coisa que se passam à nossa volta.

Um delas é a constatação que ao domingo se publicam menos blogues. Consulto os meus habituais poisos e constato que normalmente, são todos refugo, eu já li ontem aquilo que lá está, ou no caso dos mais folgazões os últimos estão datados de sexta-feira.

Porque será ? indago-me, mas parece-me que a resposta é óbvia "é porque estão ocupados" ouço-me dizer. Um pouco mais de masturbação verbal de mim para mim e concluo " domingo, é o dia em que os eurocús destinaram a ser bonzinhos e como ser bonzinho dá trabalho, estão ocupados".

Claro que é o dia em que os pais vão sair com os filhos até ao parque, ou até um museu com os mais crescidos. É o dia em que vão passear com os velhotes que depositaram no asilo e levá-los a almoçar. É o dia em que vão à protectora dos animais escolher um novo cão à borla para substituir o outro que abandonaram antes de ir de férias.

Enfim ser bonzinho dá trabalho, só os maus e insensíveis é que ficam em casa a escrever blogues mal dispostos, a ver o Chelsea e todos os outros 9 jogos do dia.

Bonzinho ao domingo não tem tempo para blogues. Provavelmente nem o Pacheco Pereira, (já lá vou conferir), publica ao domingo por ser pecado, (desde que cortou com o marxismo-leninísmo espera-se tudo ).

Há quem pense que se publica menos ao domingo, devido a acréscimo de actividades sexuais domésticas. Pessoalmente não acredito, domingo é dia de receber a sogra e os cunhados, não dá jeito atrasar o almoço por causa disso.

Depois a sueca antes do jantar.O jantar propriamente dito e algum sono pesado por causa das minis fazem o resto.

Decididamente o domingo não é um bom dia, para bonzinho escrever no blog

Não, sexo não houve, aliás segunda-feira é dia de trabalho e o servicinho doméstico já ficou despachado desde sexta-feira.

PS-Pacheco Pereira, continua ateu e nunca dorme

sábado, setembro 01, 2007

Ratos espanhóis não são estúpidos

Os portugueses não temem ratos espanhóis é uma das notícias de hoje na imprensa portuguesa.

Parece que os bichos, costumam aparecer nas zonas de cultivo de cereal, pela simples razão que têm fome.

O nosso Guerra director regional de Agricultura do Norte, acha que não há motivo para drama, porque os roedores estão a mais de 50 quilómetros da fronteira de Portugal e a probabilidade de entrada é mínima "devido à diferença de solos e de culturas agrícolas".

Claro que esta calma olímpica encerra um eufemismo pois a diferença de solos, anunciada significa em termos práticos a diferença entre os terrenos cultivados de cereais em Espanha e os terrenos cultivados de nada em Portugal.

Naturalmente que embora rústicos os ratinhos espanhóis não são estúpidos e não viriam à procura de alimento onde não existe. Daí a calma dos "desgovernantes " cá da euroculândia, se não há nada plantado que sirva para comer, para que serve a preocupação ?.

Esquecem-se que nós, às vezes, viajamos pelo País e reparamos bem nas diferenças em termos de cultivo de terras , entre um País a sério, aqui ao lado e um de brincadeira que é o nosso.

Alguém duvida que daqui a uns anos (poucos) virá um "desgoverno" nacional gabar-se de ter acabado com o flagelo dos incêndios ? Quando não houver floresta não haverá incêndios e ratos também não.

Qual será a nacionalidade dos esfomeados roedores que estão em Espanha ? Não devem ser de Leste aposto.

quinta-feira, agosto 30, 2007

Será a leitura do Abrupto um vicio popular ?

Não tenho estatísticas oficiais mas falando pela minha experiência pessoal, tenho observado que a grande maioria dos blogues onde passo a vista, indicam nos seus favoritos o Abrupto, como referência.

Tanto assim que algumas vezes passo por lá, esperando encantar-me com algo verdadeiramente diferente. Tenho tido azar por certo nos dias em que escolho passar por lá, porque quando o faço não vejo nada de realmente importante. JPP adora presentear-nos com um textos em inglês por certo interessantes, hoje por exemplo o texto tinha por título

1097 - The extreme difficulty which we in Flatland experience in recognizing one another's configuration

normalmente antecedido de duma coisa género apontamento manual, de difícil leitura que reportará imagino um eventual comentário inteligente do autor do blogue.

Já estou daqui a ver a multidão anónima dos leitores de blogues avidamente debruçados sobre esta interessante problemática

Gostaria de perceber as razões da preferência assumida pelos colegas bloguístas pelo Abrupto.

Até já li que o consideravam o pai de todos os blogues. Porque será ?.

Expliquem-me para eu perceber a minha falha. A menos que as suas reflexões aturadas sobre os problemas internos do PSD, sejam preocupação nacional, em contra ponto porém, ao que oiço normalmente ser anunciado pela maioria das pessoas que estão fartas de política, assim exprimindo essa opinião no contexto do acto de abstenção ao voto.


Pelo sim pelo não estou a pensar passar a incluír o Abrupto de Pacheco Pereira nas minhas preferências, não quero que me julguem intelectualmente rombo.



domingo, agosto 26, 2007

Toda a gente é boa e culta

Estou feliz com o meu País e com a minha gente. A minha experiência de leitura pelos sítios da blogosfera nacional indica-me que "não há rapazes maus", neste cantinho europeu.

Nem rapazes nem raparigas, diga-se de passagem.

Toda a gente tem princípios óptimos, excelente formação moral. Todo o mundo adora velhinhos e crianças desprotegidas, escuteiros e meninos de coro.

Ninguém engana os "parceiros lá de casa", trata os filhos à estalada ou atropela os colegas no emprego, para uma promoçãozinha bem vinda.

Na maioria dos casos, faz-me lembrar as conversas de café em escala maior. A escola de virtudes que eram esse reduzidos espaços de convívio, limitado sempre ás mesmas pessoas, passou a ter uma audiência incontável na blogosfera.

Que bem me sinto e como me sinto feliz por constatar que afinal a leitura preferida dos meus compatriotas não é a Bola, nem a música favorita a do Emanuel, estava enganado, toda agente adora poesia e Beethoven.

Que me desculpem os que sempre foram assim ou os que estão agora a começar a perceber que nada de importante acontece ao domingo quando o nosso clube de futebol perde.

Isto digo eu claro que sou bonzinho e bestialmente culto

sexta-feira, agosto 24, 2007

Mais importante é a fome de alguns

A Comissão Europeia divulgou hoje que já recebeu notificação por parte de todos os operadores móveis europeus da conclusão do processo de informação aos clientes dos novos preços para as chamadas móveis em roaming. Num site criado para o efeito a CE mostra que todos os operadores implementaram os novos preços, sendo que na grande maioria dos países alguns operadores escolheram criar ofertas com preços mais baixos que os recomendados na medida europeia.


Portugal não está na lista dos 23 países onde os clientes já podem beneficiar de preços mais baratos para as chamadas internacionais, já que os três operadores móveis optaram por adoptar os preços máximos impostos pelo executivo europeu: 49 cêntimos para as chamadas efectuadas e 24 cêntimos para as chamadas recebidas, valores sem IVA.

(ver mais clicando aqui)

Porque hão-de os operadores nacionais mostrar mais consideração e respeito pelos seu clientes, se outras entidades a começar pelo Estado não a têm pelo seus concidadãos contribuintes ou não. ?

Não é o problema dos preços das chamadas uma questão nacional, claro que não é, como não é preço da gasolina em contrate com o que se paga em Espanha. Estes são problemas que afectam apesar de tudo as camadas menos desfavorecidas da sociedade portuguesa.

A falta de respeito e consideração e a incompetência do Governo, consiste acima e tudo em não ter capacidade de resolver os problemas da miséria e da fome que cada vez mais atacam as camadas mais idosas da população, que reformas de miséria, conduzem à sua condição de indigência e para mais envergonhada, como é o caso da maioria.

sábado, agosto 18, 2007

Ladrão que rouba ladrão

Eu queria por o blogue de férias, tentar dizer ás pessoas que estamos em época estival, todo o governo está de férias, as instituições também.

Os seus dirigentes aproveitam a ocasião para reflectir. Depois virão com outras ideias, sobretudo determinados em pegar no princípio que todos eles estão nos seu lugares, para servir as pessoas, são pagos para isso e os contribuintes devem acima de tudo ser respeitados.


Eu queria mas não posso, nós estamos na Euroculândia, isto que li no "Reflexões dum cão com pulgas" não pode acontecer em nenhum outro País do Mundo, Bom, nada de exageros digamos em nenhum País Europeu, porque talvez no Togo, possa acontecer algo de parecido . É só ler.

Ladrão que rouba ladrão

terça-feira, agosto 14, 2007

Então um homem já não pode assar sardinhas onde quiser ?

Pertencendo ao número reduzido de bloguistas que não fala hoje de Torga, fui ao jornal á procura de notícias interessantes.

Destaco a notícia do portuga que foi preso na Corunha por estar a assar sardinhas no centro histórico daquela cidade.

Uma patrulha de bófias galegos, em atitude provocatória, provavelmente já grossos atendendo a que eram quase 9 horas da noite , pois devem ter andado na copaneira todo o dia, atreveu-se a incomodar um nosso patrício ,que cumpria o ritual sagrado de assar sardinhas.

Viveram com aquele paleio habitual, que não sei quê, que era proibido, segundo uma lei qualquer lá da galegada, que toda gente sabe não são "extensíveis" a nós, desde o tempo do Afonso Henriques.

Começaram a "crescer" para o cidadão, atentando contra a sua liberdade de assar onde quiser e quando quiser a sardinhita a que tem direito ele e a sua família toda, mais os primos e o resto da banda, que os tinham acompanhado na excursão e que estavam por ali sossegadamente a dançar umas modas e a beber uns copos de verde.

Embora cheiro de razão até porque as sardinhas eram espanholas e não eram grande coisa, para não se chatear, lá agarrou no fogareiro, no palhinhas e na malta toda e nos putos ranhoso que andavam por ali a jogar à bola, resolveu mudar de sítio e ir assar as sardinhas para outro lado.

Em atitude de perfeita provocação os polícias voltaram a aparecer para impedir o nosso patrício de exercer o seu direito à bela da assadura.

Aí, embora cheio de calma o nosso concidadão, tentou entregar o referido fogareiro aos bófias, da forma que lhe pareceu mais prática e rápida, pontapeando-o género Quaresma, de trivela, que é coisa que a espanholada não sabe fazer.

Cheios de mau feitio, típico daquela gente espanhola os gajo que usam aquela espécie de frigideira ridícula na cabeça, mas não passam duns maricas, chamaram reforços e levaram o nosso patrício preso.

Tentaram agravar a situação dizendo que ele tinha agredido um polícia que tinha por esse motivo ido receber assistência médica, "mentira, toques daqueles anda a minha bicicleta a levar à 20 anos e nunca se queixou a ninguém", disse o homem em sua defesa.

É por isso que não gosto do Samagaio, com a mania de virmos a ser espanhóis, acrescentou o nosso patrício na altura em que foi preso.

(Estive a inventar o homem só quis mesmo assar uma sardinhitas no centro histórico da Corunha, deu um pontapé no assador e bateu no polícia, coisa de pouca monta o resto inventei eu para o " assar" ainda melhor dos dois lados)

sexta-feira, agosto 03, 2007

Cuidado com os PIntos ... que querem ser galos

Estamos num País de pintos, sabemos que para os brasileiros, o significado desta expressão, não deixa de ser “gozada”,porém para nós deve fazer-nos reflectir.

Mais do que a acção da Maçonaria, da Opus dei ou de outra associação mais ou menos secreta que dirige os nossos destinos de eternos eurocús, devemos estar atentos, ás associações de apelidos perigosos que nos rodeiam.

Preocupa-me pensar que estamos entregues aos Pintos. Há Pintos por todo o lado, em lugares de destaque, ou mesmo nos de menos importância, mas que ocupam as páginas dos jornais diariamente encharcando-nos da influência dos Pintos.

O primeiro-ministro é Pinto, o procurador-geral embora Monteiro também… pinta. No Millenium venha o diabo e escolha não auguro nada de bom para o País, nessa luta entre um Pinto e um Jardim, outra família também perigosa lá das ilhas.

Na comunicação social temos o Balsemão, que é Pinto e domina a respectiva industria.

No futebol é o que se sabe, quanto ao Futebol Clube do Porto todos estão de sobreaviso, mas repare-se que tinha de ser um Lourenço Pinto a substituír um Adriano Pinto na associação de futebol do Porto.

Isto porque o Pinto de Sousa é um dos principais arguidos no Apito Dourado.

O pior de tudo são os Pintos escondido, que aparentemente, não tomamos como Pintos, mas são. É preciso alertar a comunidade, contra esta possibilidade de secretamente se encontrarem pintos onde menos esperamos, tipo apelido escondido que ninguém topa.

Qual Socrates qual carapuça, o homem é Pinto, é dos escondidos, dos tais.

Há ainda a categoria dos Pintos adquiridos, que não eram mas passaram a ser porque casaram com Pintos, como é o caso da presidente da Assembleia Municipal de Lisboa de quem claro está não se espera nada de bom.

Isto dos apelidos, tem muito que se lhe diga é pior que os signos, todos olham de lado para alguém que se anuncia Capricórnio, mas ficam indiferentes quando alguém se apresenta como Pinto.

Também começo a suspeitar dos Costa, que as querem ter mais largas, que o seu próprio arcaboiço.

(Agradeço o contributo da Louriça e da Marta, no sentido de me alertarem que há Pintos e Costa inocentes, que nunca foram convidados para o governo, não são banqueiros e não dirigem o futebol.)

sexta-feira, julho 27, 2007

Um Leão no Inverno

Peguei na ponta dos filmes mais importantes que vi e que para sempre me marcaram e como afinal como em muitas coisas na vida, falar de cinema é como comer cerejas.

Talvez este fosse um filme vulgar de não tivesse Katharine Hepburn no elenco. Em 2003 foi feita uma nova versão com Glenn Close que também vi, mas não é a mesma coisa.

Como Hepburn ainda não vi ninguém. Meryl Streep talvez próxima, mas há qualquer coisa que ainda não tem, talvez em grande filme.

As cenas entre ela e Peter O'Toole, são arrepiantes, transcendem o simples desempenho, a sua relação de amor ódio é o "absoluto desempenho" a nota 10, não há mais na escala humana.

Ficha Técnica
Título Original: The Lion in Winter
Género: Drama
Tempo de Duração: 134 minutos
Ano de Lançamento (Inglaterra): 1968
Estúdio: Haworth Productions
Distribuição: Embasy Pictures Corporation
Direção: Anthony Harvey
Roteiro: James Goldman
Produção: Martin Poll
Música: John Barry
Direção de Fotografia: Douglas Slocombe
Desenho de Produção: Margaret Furse
Direção de Arte: Peter Murton
Edição: John Bloom


Elenco
Peter O'Toole (Rei Henrique II, da Inglaterra)
Katharine Hepburn (Eleanor de Aquitânia)
Anthony Hopkins (Príncipe Richard)
John Castle (Príncipe Geoffrey)
Nigel Terry (Príncipe John)
Timothy Dalton (Rei Filipe II, da França)
Jane Merrow (Princesa Alais)
Nigel Stock (William Marshall)


Sinopse
No Natal de 1183, o Rei Henrique II da Inglaterra (Peter O'Toole) promove uma reunião de família com seus três filhos e até mesmo com a Rainha Eleanor da Aquitânia (Katharine Hepburn), de quem ele está separado há vários anos e a mantém detida em um castelo distante, para impedir que ela interfira politicamente no seu reino.
A razão deste encontro é para decidir quem o sucederá no trono. Enquanto ele prefere o filho mais novo, a Rainha deseja que o mais velho herde o poder, mas os três filhos não se importam com as preferências de seus pais e cada um planeia ser o próximo rei. Este quadro gera diversas maquinações e alianças dentro da família real, onde o poder é a única coisa, que realmente importa .


Prémios
- Ganhou 3 Óscars: Melhor Atriz (Katharine Hepburn), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora. Recebeu ainda outras 4 indicações: Melhor Filme, Melhor Director, Melhor Actor (Peter O'Toole) e Melhor Figurino.

- Ganhou 2 Globos de Ouro: Melhor Filme - Drama e Melhor Actor em Drama (Peter O'Toole). Recebeu ainda outras 5 indicações: Melhor Actriz em Drama (Katharine Hepburn), Melhor Director, Melhor Actriz Coadjuvante (Jane Merrow), Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro.
(retirado de http://adorocinema.cidadeinternet.com.br)
2 pequenos vídeos no primeiro uma cena com o seu filho preferido o futuro Ricardo Coração de Leão.
No segundo um trialer sobre o filme

quinta-feira, julho 26, 2007

A cor púrpura

Não posso esquecer este filme, nem deixar de o considerar um dos filme da minha vida.
Vi-o há já uns anos, num cinema em Sesimbra, numa época de férias, acompanhado da minha filha, ainda muito jovem.
Sou naturalmente "muito alérgico", a filmes, ópera, teatro, que toquem nas coisas da vida a que sou mais sensível, a prepotência, a injustiça, a violência exercida sobre quem não se pode defender, normalmente crianças ou idosos.
Nesse filme foi demais, eu e a milha filha passámos o filme a chorar, quando acabou a nossa cara revelava bem o quanto tínhamos sofrido .
Lembras-te Nani ?

Ficha Técnica

Título Original: The Color Purple
Ano de Lançamento (EUA): 1985
Direção: Steven Spielberg

Sinopse
Georgia, 1909. Em uma pequena cidade Celie (Whoopi Goldberg), uma jovem com apenas 14 anos que foi violentada pelo pai, se torna mãe de duas crianças.

Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã, e é doada a "Mister" (DannyGlover), que a trata simultaneamente como escrava e companheira.

Grande parte da brutalidade de Mister provêm por alimentar uma forte paixão por Shug Avery (Margaret Avery), uma sensual cantora de blues. Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem), primeiramente com Deus e depois com a irmã Nettie (Akosua Busia), missionária na África. Mas quando Shug, aliada à forte Sofia (Oprah Winfrey), esposa de Harpo (Willard E. Pugh), filho de Mister, entram na sua vida, Celie revela seu espírito brilhante, ganhando consciência do seu valor e das possibilidades que o mundo lhe oferece.


Lets look a trailler

domingo, julho 22, 2007

Aime-vouz Brahms ?

Há medida que me vá lembrando, vou recordando os filmes que mais me marcaram.

Quem se lembra há uns anos dum filme "Aime-vouz Brahms ?" (1961), baseado numa obra de Françoise Sagan, com Yves Montand, Anthony Perkins e Ingrid Bergman.

A música tema desse filme era exactamente este terceiro movimento da 3ª Sinfonia de Brahms, que teve o condão de mostrar a beleza dos caminhos da música, a um jovem e inconsciente teenager.

Depois Brahms, um verdadeiro romântico, um dos últimos, não só na história da música como também na vida real, mais o seu impossível amor pela viúva de Schumann, ajudaram a criar este monstrozinho romântico chamado eu. (Talvez também o Tony de Matos)

Sentido de humor à portuguesa

Foi assim que começou o nosso tradicional sentido de humor

(publicado no meu blogue
http://domsanchoprimeiro.blogspot.com)

Se a designação do cargo de alferes mor do reino, correspondia ao do chefe de Estado maior, comandante geral dos exércitos do nosso tempo, o cargo de mordomo-mor existia no equivalente ao do chefe da casa civil de hoje.

Muito embora não se possa neste caso da mordomado, apontar a mesmo causa para a remodelação que aconteceu no Reino, após o desastre de Badajoz, o certo é que também a remodelação aconteceu, embora em data anterior ao assalto a Badajoz.

Foi nomeado Vasco Sanchez de Barbosa como mordomo do rei Afonso sendo ao mesmo tempo nomeado em paridade o mordomo do infante Sancho, por acaso cunhado de Vasco, de nome Pedro Fernandes de Bragança, curiosamente ambos oriundos de famílias com ascendência galega, reforçando a tendência que se irá observar até à morte de D.Afonso de maior aproximação à Galiza.

A partir pois de 1169 irá assistir-se a uma mudança no predomínio das famílias aristocráticas junto do poder real que deixa antever, que a convivência entre elas não seria com certeza fácil, mesmo atendendo ás aproximações que diversos casamentos haviam minimizado.

Para ilustrar a dificuldade de convivência, entre os dois mordomos, recorde-se um episódio compilado dos livros de linhagens, no qual o pai de Pedro, um tal Fernão Mendes, conhecido como o Braganção, levara a cabo uma das vinganças mais insólitas nesses livros relatadas.

Um dia despeitado porque o pai do Vasco e um tal Gonçalo Mendes de Sousa, tinham troçado dele por lhe ter escorrido um fio de natas pelo queixo abaixo, jurou vingar-se promovendo um castigo exemplar aos risonhos pares do reino.

Exigiu a D.Afonso Henriques que lhe concedesse a mão da irmã Teresa Henriques, que estava casada com o pai do Vasco, Sancho Nunes de Barbosa, enquanto a Gonçalo Mendes de Sousa se "limitou" a arrasar-lhes os domínios.

Sabe-se que D.Afonso Henriques autorizou a transferência de mulher entre ambos.

Pode então adivinhar-se a tensão existente entre os dois mordomos, mas mais do que isso importa reflectir na importância do papel das famílias e do seu poderio, junto do rei.

Permanece porém insondável a nossos olhos, o papel de D.Afonso na gestão destas influências mas sobretudo ameniza em muito a visão "absolutista", que poderíamos ter do nosso primeiro rei.

quarta-feira, julho 18, 2007

Não gosto do Saramago, mas ...

Não simpatizo com José Saramago, não sou especial adepto da sua escrita, muito menos do seu ar embirrante nem daquele ar pedante e superior que ostenta sempre que fala para a "plebe" que o escuta. (Saudades de Agostinho da Silva ou Nemésio, seres verdadeiramente superiores na sua simplicidade).

Porém, há ainda outra coisa com que embirro mais, o defeito bem português, de ser incapaz de manter uma discussão, no seu verdadeiro nível dialéctico, quero dizer manter a discussão dentro dos limites do que realmente se está a discutir, sem a utilização deliberada, acho eu, de argumentos laterais, que não dizem respeito ao assunto em discussão.

Isto a propósito da famosa entrevista que Saramago deu ao DN, onde ele prevê a hipótese de no futuro, Portugal ser integrado numa eventual Ibéria, tornando-se mais um dos "estados" que hoje constituem esta Península.

Não consegue descortinar-se se Saramago deseja isso, pode até pensar-se que sim, mas o facto é que não o diz, emite apenas uma opinião do que pode vir a acontecer no futuro.

De imediato muita vozes se levantaram, atacando-o, como se Saramago tivesse defendido a integração de Portugal, "chico espertismo" intelectual, digo eu para parecer bem na comunidade portuguesa.

Não vem a propósito mas utilizando a regra nacional da discussão lateral, até posso "argumentar "que ele até paga os impostos em Portugal e não quer pagar em Espanha, sinal que gosta mais de nós.

Ofensa deliberada a Portugal e ao irmão povo Galego fez ele há dias, quando ali discursou em castelhano, depois de lhe terem dito que o podia fazer em Português pois toda a gente o compreenderia.

terça-feira, julho 17, 2007

Sobre o tempo que passa

(Algumas passagens da entrevista a José Adelino Maltez, pode ler-se toda a entrevista no seu blogue, "Sobre o tempo que passa" )

Entrevista de Ana Clara

Para efeitos de arquivo, junto deixo entrevista de Ana Clara, hoje publicada em "O Diabo". A entrevista foi concedida por telefone e o trabalho de composição cabe à jornalista, incluindo algumas transcrições não sujeitas ao corrector ortográfico.

O DIABO — O Presidente da República avisou na semana passada «alguns agentes dos poderes públicos» para terem «cuidado com as suas atitudes» e defendeu que é preciso dar «mais qualidade à democracia». A democracia está podre?
ADELINO MALTEZ — A nossa democracia não tem culpa de tão maus serviçais que vai tendo.
Qual é o problema?
Estamos perante uma espécie de recorrência. Parece que vivemos inspirados pelo antigo Presidente da República da Checoslováquia, Václav Havel, que teorizou uma categoria de regime que qualificou como o sistema pós-totalitário, em que tinham sido eliminados os sinais exteriores de repressão — sem pessoas presas em campos de concentração, por exemplo — mas permanecia um subsistema de medo.

E esse subsistema de medo está patente na nossa democracia?
Não tenho dúvidas nenhumas. É o que está a acontecer nesta sociedade aberta e na democracia. Tivemos séculos de Inquisição. Deitámos fora a Inquisição e ficou o «bufo».

Ficou o «bufo» em que sentido?
Um «bufo» que teve vários nomes, como a PIDE, por exemplo. Há bufos à esquerda, à direita, como houve saneamentos gonçalvistas, promovidos pelos informadores e delatores, em nome daquilo a que se chamava a vigilância revolucionária e que, no fundo, não passava de uma guerra de invejas. Tivemos mais de 40 anos de autoritarismo salazarista, tivemos saneamentos gonçalvistas. Todos eles deixaram subsistemas de medo.

E esses subsistemas de medo ainda estão presentes em quê? Como se eliminam?
Está tudo vivo. A forma de se eliminar este subsistema de medo não é com os discursos do Presidente da República.

Então é como?
É com Educação.

(.....)

Como é que se pode explicar todo este clima de intimidação e medo que existe no País contra o Governo?
O que temos em Portugal é uma espécie de «Cavaquinhos».

«Cavaquinhos»?
Sim, que agora são também os «Socratinhos», os «Correias de Camposinhos» e que são os micro autoritarismos subestatais. A principal doença desta recuperação de subsistemas de medo está na repercussão como cogumelos de pequenos déspotazinhos caseiros.

«Chefinhos mais papistas que o Papa»
E é isso que temos neste momento em Portugal?
Sim. Micro-autoritarismos subestatais onde há «chefinhos» mais papistas que o Papa.
(...)

É a velha história do País de cunhas?
É o País de cunhas e ideologicamente com processos mentais inquisitoriais. Cheguei a ter nas minhas aulas bufos, estudantes, membros do Conselho Directivo, que iam fazer o relatório ao chefe por eu criticar algo. É o tal micro-autoritarismo subestatal e subsistema de medo de que falei.

O que falta então para termos em Portugal uma verdadeira reforma do Ensino que modifique todos esses problemas?
Ao contrário do que pode parecer, espero que haja coragem, que se aplique esta lei imediatamente, que se leve até ao fim algumas medidas, que se as corrija e, depois, em vez de se chamar um desses juristas que são os «pais» do pronto-a-vestir das leis portuguesas, que se ponham as pessoas num curso rápido de pluralismo.

Isso mudaria muita coisa?
A Universidade deve ser uma espécie de confederação, os sistemas jurídicos e o pronto-a-vestir, que a maior parte do positivismo dominante tem, é suicida. Podemos ter geometrias variáveis, fundações juntamente com faculdades clássicas, ou uma confederação como na confederação helvética onde cantões ainda têm o braço no ar e outros são altamente complexos.

«É preciso acabar com a «empregomania»
E as Fundações?
Recordo que as Fundações apareceram no ordenamento jurídico português com Ferra de Correia que sabia umas coisas de Direito Internacional, com Marcelo Caetano e o próprio Salazar escreveu o diploma. O que temos aqui é falta de técnica bem feita e de chamadas de pessoas. Além disso é preciso acabar com a «empregomania».

Esta a falar dos conhecidos «tachos»…
A maior parte deste conceito está todo a ser ultrapassado por causa da empregomania. Na minha Faculdade, por exemplo, em 200 docentes, despedia 100 e faria melhor. E em vez dos 50 por cento de «netos» que lá existem, abria um concurso público para 25 por cento. O País está a deitar fora o melhor dos seus jovens. Porque não há concursos públicos reais. 90 por cento dos concursos públicos da Universidade portuguesa são todos com fotografia para resolver a endogamia. E o Estado é o patrão disto tudo. Temos uma endogamia de cunhas mal fabricadas, concursos por fotografia onde se prejudica a competência e a sociedade aberta pelo sistema do «cartão Jota» e do «cartão pré-Jota». Continuamos a enganar o povo e a tratar mal o dinheiro dele.

Há quem diga que há lóbis na sociedade portuguesa que acabam por minar as decisões do Governo e que são um travão ao desenvolvimento económico. Concorda?
Nós temos um lóbi em Portugal: que é o lóbi dos bufos! Que tanto serve à esquerda como à direita. No meu caso, cheguei a um patamar em que já não posso ser mais promovido e digo o que penso. A maior parte das outras pessoas estão sujeitas a sistemas de pressões que impedem aquilo que é a grandeza de Portugal.

E qual é a grandeza de Portugal?
Produzimos uma coisa fundamental para promover o País. Durante séculos e séculos quem se sentia mal com este sistema de repressão capitaleira e castóive, mudou e, felizmente, mudaram 100 milhões de portugueses ao longo destes últimos tempos.

E que 100 milhões de portugueses foram esses que mudaram?
Os 100 milhões que se foram embora para o exílio, que construíram novas Pátrias, livres deste controlo. O grande problema de Portugal é que temos um sistema governamental e institucional de repressores que não sabem lidar com o português à solta. É preciso recuperar o português à solta porque ele fez coisas grandiosas na emigração…

Mas porque é que há este medo em Portugal de denunciar e dizer o que se pensa?
É um sistema de medo inquisitorial. Vou dar o caso do blogue «Do Portugal Profundo». O pobre António Balbino Caldeira abriu o esgoto. Mas tem um advogado que apareceu mediaticamente a dizer asneiras. Mesmo uma causa nobre acaba por ser destruída devido às teorias da conspiração. Brinca-se com a honra das pessoas. Por exemplo, eu posso criticar o Paulo Portas mas não posso dizer o que dizem dele às escondidas porque a maior parte das pessoas que diz mal de Portas tem é inveja. Não se pode dizer o que se anda agora a dizer de José Miguel Júdice. Porque precisamos de muitos Portas e de muitos Júdices. Marx inventou como energia da História uma coisa chamada luta de classes, e esqueceu-se — como dizia Friedman — do principal motor da História nas cidades atrasadas, que é a luta de invejas. E o que temos em Portugal é uma crise psicológica profunda que é a inveja, a delação, a bufaria que impede o que faz progredir uma sociedade: avaliação pelo mérito, competição, pluralismo e que ganhe o melhor.

«Que Sócrates cumpra o referendo que prometeu ao povo»
O que espera destes seis meses da Presidência portuguesa da União Europeia?
Espero, como bom patriota, que o Eng.º Sócrates faça aquilo que prometeu internacionalmente. Consiga o Tratado Constitucional conforme o mandato, porque não é José Sócrates que está em causa, é Portugal. E cumpra o que prometeu ao povo que é um referendo.
(...)

Que consequências vão resultar desta reforma?
Nós precisamos é de uma grande reforma do sistema político. A democracia já está velhinha e, enquanto mantivermos algumas vacas sagradas no sistema, isto não funciona. Defendo o sistema misto alemão. Mas o problema não está aí.

Então onde é que está o problema?
Está numa coisa simples. Devíamos estar a discutir se devia haver ou não uma segunda Câmara. E mais: o que estamos a precisar é de mudar a capital do País para percebermos que isto já não é a cabeça de império.

Para onde?
Tenho feito essa proposta. O Parlamento passaria para o Porto, o poder judicial para Coimbra e outras coisas também podiam ser espalhadas. A cidade de Lisboa é a principal vítima de ser capital. Devíamos perceber que isto não vai lá com os discursos do costume. Temos que orientar o País como os reis povoadores fizeram, isto já não vai lá com panos quentes. E proponho a mudança da capital, como a Holanda e a Suíça mudaram. E repartir as funções. Recuperarmos as formas como criamos Portugal, com reis povoadores, capital ambulante e distribuição do Parlamento pelos sítios. As Cortes nunca foram sempre em Lisboa. As melhores cortes do País foram em Coimbra. O Porto merecia e isso não custava muito. Ter a sede do Parlamento no Porto teria uma forma simbólica notável.

Ajudava a construir o projecto colectivo mobilizador?
Ajudava a construir um Portugal menos capitaleiro. E a pior coisa para Lisboa — como se viu na campanha autárquica — é o estadão capitaleiro que está a destruir a cidade. Até temos ministros desempregados…candidatos em Lisboa, completamente apagados.

Como viu a campanha para as eleições na CML?
Lisboa é o espelho do País e o espelho da democracia.