Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs

quinta-feira, maio 31, 2007

Publicidade enganosa

Vou processar os fabricantes da Corega, por publicidade enganosa

Comprei o produto, por que diziam que com ele podia saltar, correr e brincar á vontade, mas é mentira

continuo a depender das muletas, mastigo é muito melhor agora que tenho a placa mais fixa, pelo que já engordei 10 quilos o que dificulta bastante as minhas bricadeiras, que incluem correr e saltar.

Ainda não reparei se nado mais rápido quando uso Corega na minha placa.

sábado, maio 26, 2007

Guerra Junqueiro revisitado

Retirado de Guerra Junqueiro, bem actual

Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [.]

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro [.]

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. [.]

A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas;

Dois partidos [.] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, [.] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."

Guerra Junqueiro, "Pátria", 1896

quarta-feira, maio 16, 2007

Condenações em directo na TV

Não querendo discutir a questão do eventual rapto da jovem Madeleine, mais do que a ávida "brutalidade informativa" da comunicação social portuguesa ou da ignóbil ( bastas vezes reconhecida) literatura de cordel de alguns tablóides ingleses.

Não posso deixar de reflectir na possibilidade do arguido Robert Murat e do seu amigo russo, estarem inocentes de responsabilidade neste caso, muito embora as TVs, se permitam tratá-los sem respeito, trazendo a lume detalhes das suas vidas privadas, sem que para tal, calculo, tenham sido autorizadas.

Que poderá pensar agora, alguém que tentou ser prestável, disponibizando-se para ajudar as pessoas que na altura precisavam de ajuda, aos mais diversos níveis e de repente vê desabar sobre os seus ombros e de toda a sua família, a força da corja "jornaleira" sedenta de porcaria para alimentar "pontos de situação informativos", que mais não são que formas de captação de audiências e de venda de publicidade á custa duma criança desaparecida ?

Se fosse comigo a factura a apresentar haveria de ser bem pesada, juro.

A corja que espiolha tudo o que mexa, para se alimentar, amanhã, se aparecer outra pista, outro supeito, partirá na maior, em busca de outro filão, ignorando tudo o que disse e o que escreveu, sobre outros cadáveres que foi deixando para trás, não se preocupando se destruiu a vida de outras famílias.

É a pergunta que me incomoda e se Murat está inocente ?

Incomoda-me porém, ainda mais, pensar até onde irão descer os níveis de solidariedade humana ? Até onde irá cair o nível da capacidade de nos interessarmos pelo dificuldades do "vizinho do lado" ?

Sei lá o que pode acontecer se ao pagar uma sandes e um galão a uma criança que me diga ter fome, não possa vir a resultar numa acusação de pedofilia.Transformando-se um acto de mera ajuda aos meu semelhante, em algo de monstruoso.

Tenho receio que este caso Murat, possa fazer passar pelas cabeças das pessoas, que uma simples ajuda pode afinal fazer doer.