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terça-feira, fevereiro 07, 2023

D.Pedro e D.Estefania um casamento platónico ?

 O rei mandou criar uma jóia para a nova rainha usar na cerimónia do casamento, em Lisboa. O joalheiro real, Raimundo José Pinto, pegou em pedras preciosas que o rei herdara da sua mãe, D. Maria II, e juntou-lhes mais uns quantos diamantes parisienses. Parece ter exagerado um pouco, pois, no fim, entregou ao rei, para que este oferecesse à sua rainha, uma tiara com quatro mil pedras preciosas. 

A cerimónia du casmento  durou muito tempo. A certa altura, uma das damas presentes reparou que a rainha empalidecera — D. Estefânia quase desmaiava ao fim de duas horas com milhares de pedras na cabeça. Pior: um dos diamantes cortara-lhe a testa e o véu estava manchado de sangue. 

Depressa se substituiu a jóia por uma coroa de flores — e o povo, quando viu a nova rainha de flores no cabelo, murmurou: uma coroa de flores era um presságio de morte.

De toda a forma, Dona Estefânia escreveu uma carta a sua mãe contando sobre a noite de núpcias:

A Duquesa da Terceira permaneceu junto de mim até ao momento em que fui para a cama e depois veio o Pedro, mas não consegui dormir nem um segundo durante toda a noite. Senti-me bastante embaraçada, pouco à vontade, e acho, em suma, que este costume de os esposos dormirem juntos não é muito agradável. Mas considero-o como um dever diante de Deus e, além disso, a pureza e a delicadeza extremas de Pedro tocam-me e fazem-me feliz. É uma grande felicidade para mim, pois sem isto há coisas que me seriam muito difíceis.”

Após a morte da rainha, os médicos da corte fizeram uma autópsia, mas os resultados apenas vieram a público 50 anos mais tarde, num artigo do conhecido médico Ricardo Jorge. A rainha tinha morrido virgem, sendo essa a razão de não existir um herdeiro de D. Pedro V.

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