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sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Foi assim noutro tempo-(2)

Eu sou do tempo em que as pessoas acreditaram, que era possível.

Que o povo é quem mais ordena, era mais do que um simples refrão no tema do Zeca Afonso.

Hoje é enternecedor recordar que a D.Maria Ludovina Gonçalves telefonava para a Assembleia da Republica, considerando que "o Spínola é fascísta e exigindo que ele e Gonçalves Rapazote fossem expulsos de Portugal". e que esse telefonema era relatado em sessão plenária.

Não está em causa se ela tinha razão ou não. Está em causa o acto da Assembleia da Republica "publicar a voz " duma simples cidadã, e a sua convicção que era lícito ao povo exigir.

O meu amigo Aníbal, já não acha que possa exigir seja o que for, limita-se a acatar como eu, como todos nós. que lhe marquem uma consulta na dermatologia para daqui a dois anos.

Uma carta de Maria Leonor da Silva alertando os homens honestos e influentes deste país no sentido de dar prioridade às mensagens de paz, que a todos pertence e diz respeito, em especial a quem tem responsabilidades públicas importantes.

ou ainda

Uma carta assinada por um senhor chamado Brito - o nome não é perfeitamente legível -, na qual pede que se faça sentir aos 26 Srs. Deputados que assinaram uma exposição de protesto contra a Argentina que não nos devemos imiscuir na vida interna dos outros povos.

Que diria o nosso amigo Brito, á AR, sobre a intervenção da "clique Bush" no Iraque ?


Uma moção enviada pela direcção do Sindicato Nacional dos Operários da Indústria de Calçado, Malas e Afins dos Distritos de Aveiro e Coimbra. Esta moção é do seguinte teor: «Os delegados sindicais, reunidos em plenário, repudiam energicamente a posição assumida pelo Ministério do Trabalho em fazer publicar legislação de trabalho sem consulta às organizações de trabalhadores, exigem que o Decreto-Lei n.º 530/76, de 7 de Julho, seja imediatamente revogado e que seja respeitado o que a Constituição determina quanto a legislação do trabalho.»

Foi assim em 1976, quando se considerava que repudiar qualquer coisa em reunião plenária, tinha significado.

Hoje grandes sumidades internacionais, acham que o problema da economia nacional, consiste na pouca flexibilidade nos despedimentos, que virá aí em breve. mesmo sem consultarem as organizações de trabalhadores.

Pelo menos foi bom sonhar.

1 comentário:

lopes disse...

pois bem, eu acredito que e realmente o povo quem mais ordena, e nao so em grandola, vila morena. mas sim em todo e qualquer lugar onde o povo se junte,apoie e revulocione, com vista numa causa merecedora e justa