Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs

sábado, janeiro 27, 2007

Foi assim noutro tempo-(1)

Muito longe de alguma vez ter sido Sá Carneirista, exactamente por ísso, cito algumas palavras suas, proferidas em 1976

Há na nossa sociedade demasiadas estruturas mentais e materiais anquilosadas; há gritantes desigualdades de oportunidades, umas velhas que se estão agora a desenvolver e consolidar, outras novas que agora surgem e nos chamam ao exemplo dinâmico de restabelecer a igualdade entre os portugueses; há uma crise económica e social de proporções alarmantes para as nossas possibilidades efectivas de momento; há a própria crise da nossa identidade como povo, voltado historicamente para a aventura do universal e hoje em riscos de ficar sentado à lareira a contar sempre as mesmas velhas e ressabidas histórias.

Quem havia de dizer que Sá Carneiro em 1976, haveria de profetizar Portugal de 2007. Trinta anos passados, este seria um discurso actual, que avaliza a incompetência dos sucessivos governos.

Mais adiante continuava

Estamos certos de que a nova sociedade portuguesa exige de imediato uma política social que reconheça aos velhos, doentes e reformados o direito aos meios indispensáveis a uma vida mais digna; exige de imediato uma política de cultura, de investigação, de ensino e juventude, que tanto respeite a nossa história de oito séculos como o nosso futuro ilimitado.

Claro que apontava um caminho

O nosso optimismo radical, a nossa crença personalista, a nossa firme adesão ao socialismo humanista, levam-nos aceitar com entusiasmo este desafio. A democracia segundo a entendemos, vive da esperança de que a verdade, a justiça e a paz social hão-de ser cada vez maiores, e da nossa firme vontade de caminhar dando todos os passos necessários e com o tempo necessário, nessa direcção.

Com se sabe, o destino se encarregou de “isentar” Sá Carneiro, de prosseguir esta caminhada. Pelo contrário os seus seguidores partidários, cumprirão em grande parte nos 30 anos subsequentes, a tarefa de o negarem na sua adesão ao socialismo humanista.

3 comentários:

Anónimo disse...

Sim, cá para mim Deus deu-lhe a grande sorte de não ter que mudar de partido, ou de ficar sem nenhum partido.

LMB disse...

Importa-se de repetir, Louriça?....

Luís Maia disse...

Louriça talvez tenha querido dizer que o problema dele foi uma questão de abrangência, ficou com "todos partidos"