Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs

quinta-feira, abril 05, 2007

Uma questão de canudo ou de imbecilidade ?


(ele ri-se mas se calhar chama-se Manel e alguém alterou o registo civíl para um nome mais chic)

Não fora a obsessão atávica pelo titulozinho prestigiante, terceiro mundista, que existe na euroculândia, e o problema do "titulo" do José Pinto de Sousa, primeiro ministro em exercício, não estaria a existir.

Não teria sido importante, "apaladar" o currículo oficial, para engenheiro, quando apenas estamos em presença dum licenciado em engenharia, se não vivêssemos "quase todos" ainda num clima de pré-adoração de tudo o que é doutor, engenheiro, professor-doutor ou até mesmo o rabicundo professor-doutor engenheiro, que dá cá uma ficha das antigas.

Nos países a sério, onde os deputados e governantes se deslocam para as suas ocupações, de metropolitano ou de bicicleta, passaria pela cabeça de alguém, iludir as pessoas desta forma grosseira ?

Mais do que ser competente, é preciso mostrar que se é "encanudado", a "plebe" precisa de saber que somos doutores, mesmo que ignore se somos capazes.

Embora não simpatize, com o Sr. Pinto de Sousa, cuja política não corresponde ao meus ideais do que penso deveriam ser os de um homem de esquerda e socialista, não creio que tenha ganho as últimas eleições legislativas por ser engenheiro.

Ganharia na mesma se se apresentasse apenas como licenciado em engenharia.

Lembro-me do que se disse de Manuel Monteiro, então líder do CDS-PP, pelo facto de não ser licenciado. Essa "enorme lacuna", no seu historial político, levou-o de novo aos bancos da faculdade de Direito, para acabar o curso, atendendo a que "parecia mal" a um líder político não ser pelo menos licenciado.

Somos assim, este povo precisa destes cenários da "doutorisse" a quem adorar, talvez como contraponto á sua incultura extrema.

Sentir-se-ia inseguro, por certo, se fosse governado, por um simples "senhor " sem mais nada, ainda que competente.

Cautelosamente, não utilizo o seu nome próprio Sócrates, que me parece na circunstância possa vir a estar desajustado, dum simples licenciado pela Independente.

Querem lá ver que ainda descobrem, que os Sr José Sousa, não tem o curso de Engenharia Sanitária que anuncia, apenas frequentava habitualmente o urinol do Rossio.

Um curso afinal parece bem evidente ele anda a tirar, o de sexologia aplicada.Pelo menos o povo grita que lhe dói, embora não seja a primeira vez.


7 comentários:

Rita disse...

Até na nossa vizinha Espanha acham essa coisa dos títulos idiota. É pelo nome, e tu cá tu lá. Eles que até ainda têm Reis e Rainhas.

No meu último livro de cheques enfiaram-me com um título em frente ao nome. Não fui eu que preenchi o campo do título, a menina deve ter achado por bem. Resultado, agora não passo cheques daqueles porque tenho vergonha.

Luís Maia disse...

Pergunta difícil- Porque achas que foi uma menina a bajular-te via livro de cheques ?

Engano-me se disser que de uma forma geral, preferes trabalhar com homens ?

********

Para mim a questão principal, não é o facto de não ser engenheiro, podes se ser primeiro-ministro sem título, eu só gostaria que fosse competente.
O problema é a mentira.
Também é certo que não foi a única vez que o fez e muito menos o único a fazê-lo.

Rita disse...

Por acaso não tenho mais razões de queixa das mulheres com quem trabalhei do que dos homens. Há de tudo.

Isso de ser mentira, deixe lá ver o filme até ao fim. Também não me admirava nada que aquela coisa de passar o diploma ao Domingo fosse uma atitude do género da menina que me espetou com um título nos cheques. Ai vamos lá passar o diploma depressa porque este Sr. está a fazer uma carreira muito interessante e temos que ficar bem vistos.

Se bem que neste país as mentiras de gente importante nunca são descobertas. O Vale e Azevedo é uma excepção e mesmo assim só depois de já não ser Presidente do Benfica.

Anónimo disse...

Ó Ritinha, os títAlos ficam sempre bem. Eu que que sou barão de azeitão (ooopsss, deixei escapar) não tenho cheques, logo não tenho mocinhas bancárias distraídas a colocarem o títAlo no dito, por isso não me importo c/ nada dessas coisas, mas deixa-me que te diga que "não usares por vergonha" também não lembra ao careca [careca algarvio: isto não se refere a ti :) ] Ritinha: não és a Sta.Rita. Got it?
E depois, aqui o moço em questão, postado no sítio dos eurocús (entretanto já rectificado no seu nome url) é certamente fruto daquelas coisas que sempre surgem quando um começa por se colocar em bicos dos pés e gritar + alto. Ou seja, deverão ter vistos na estratosfera do partido em tempos anteriores, que o "moço ia lá", "que se fazia", mas pronto: estava com o canudo serrado a meio. Não podia ser. Para um alto cargo, só faria sentido alguém com títAlo colado na testa; tal como o amigo Liacs diz: se é competente ou não, isso não importa nada, o "ficar mal na fotografia académica" é que não podia ser. E muito provávelmente, alguém terá dito, à guiza de expressão n/ conhecida:"não te preocupes, a gente vê isso p'ra semana". Pronto. E na semana seguinte, o jovem aparecia umas vezes por outras lá nos bancos escolares para se tornar minimamente notado, e pronto a coisa arranja-se e não se perde tempo agora com semestres intermináveis. Se enganou ou não o book biográfico da assembleia ou não, se uma moçoila despistada lá colocou o titAlo ou não, que se amanhem. A malta jornalística está sempre à espera de uma boa cacha, mais nao seja para disparar vendas de jornal, por isso, esta coisa vem a calhar. Se fosse nos States, a malta diria: "lá está ele a tentar desviare as atenções do Iraque", como é aqui, a coisa só poderia desviar da Ota. Olhem, eu desde que vejo um gajo da ITG nomeado para os óscares do marketing, acredito que todos têm razão, menos eu: http://www.appm.pt/jsps/pma/votacao.jsp

Luís Maia disse...

Sim fui ver, a neve caía, branca e leve branca e fria, há quanto tempo a não via. Também não vejo a possibilidade de haver um "tubarão", naquele foco madeirense meio ajardinado.
Há dias a minha filha IST, disse-me que tinha solicitado orçamento a um dos tubarões lá do sítio para compra de equipamento. Resposta nickles, nem sombra disso. Recomendei-lhe que consultassem a TOU AQUI TOU AI, (talvez por mero palpite) e no dia seguinte um "carapau" ( a antítese de tubarão), enviou-lhe o dito orçamentozinho.
Estimulado foi lá ver, e votei em qualquer um, só para contribuir que não se cometa mais uma injustiça.
Acima de tudo refiro a instituição,
fazendo a justiça de considerar que nem o melhor profissional do mundo, pode ser galardoado seja com o que for, fazendo parte daquela empresa.
Ou terá mudado ? Não me parece pelo exemplo que dei.

Rita disse...

Bom, quanto à cena dos títulos, eu estou-me nas tintas para o facto do PM ser Eng. ou não ser, tal como estava nas tintas quanto ao facto dele ser gay ou não, um dos boatos que tanto para ai correu antes das eleições. Mas perante tanta palhaçada com investigações sobre títulos eu até começo a achar que realmente os títulos são importantes. Esta sociedade de merda em que vivemos, sim povinho mediocre este, também está reflectida no trabalho dos jornalistas que gastam horas e rios de tinta a investigar a porra de canudos. Afinal, a ideia que se está a passar à população é que isto dos títulos é tão importante, que um PM nem deve ser PM se não o tiver. É a ideia que passa, mais do que se houve trafulhice ou não na emissão de diplomas. Eu por acaso também gostava de ver uma investigação jornalistica acerca das razões que motivam certas investigações jornalisticas.
Eu sou absolutamente favorável à liberdade de expressão, da qual não prescindo para mim própria.

Mas porra! E para aquilo qu interessa?

Quanto à nomeação, acho bem que tenha sido feita. Faz juz à tradição da mediocridade nacional de valorizar o que não interessa a ninguém e pelas razões que ninguém entende.

Viva o país dacretinice, mediocridade, ignorância e futilidade. Viva!

LMB disse...

O teu voto, terá sido assim, o chamado voto útil. :)

Ontem, fui ver a apresentação do PA na Fnac Chiado sobre Keynote e sob o patrocínio da revista iCreate. Foi um pouco como recuar no tempo e pensar que ficou um trabalho interrompido algures em 2004; mais ainda, quando a imbecilidade de quem tem uma representação, insiste em não perceber o elemento verdadeiramente catalisador que perdeu (ou terá deixado de contar) e que ontem prendeu uma sala repleta de pessoas. Hélas.