A chegada a Toledo da jovem Zaida, atiçou o interesse de D.Afonso VI cinquentão e já veterano de 5 casamentos e dois concubinatos, para além das relações incestuosas com sua irmã Urraca. Não teria portanto interesse histórico de maior, mais uma relação extra matrimonial de Afonso VI, não fora o nascimento de um filho, Sancho de seu nome, para que o rei, que apenas tivera filhas, o tenha reconhecido como seu directo descendente, o que na prática daria vir a governar Castela, Leão, Galiza com Portugal e o resto dos condados.
Difícil constatar se teria casado com Zaida, com o intuito de legitimar a descendência de Sancho. De qualquer forma, Zaida morreu de parto e o rei quis que fosse sepultada no mesmo sítio que para si havia destinado, bem como para as suas rainhas e filhos o Mosteiro de Sahagún, onde se encontra hoje junto do rei e do filho Sancho, embora referenciada como Isabel e não Zaida, porque quando se baptizou em Burgos escolheu esse nome cristão, para simbolizar a sua renúncia ao islamismo.
Segundo Gonzalez Palencia escreve na sua História de la España Musulmana a corte de Afonso VI, parecia uma corte muçulmana
“sabios e literatos muslimes anadaban al lado del rey, la moneda se acuñaba en tipos semejantes a los arabes, los cristianos vestian a usanza mora y hasta los clérigos mozárabes de Toledo, hablaban familiarmente el arabe y conocian muy poco el latin, a juzgar por las anotaciones marginales de muchos de sus breviários”.
Que transformação pode operar uma jovem e bela moura num rei cinquentão e batido de muitas guerras e amores, ao ponto de provocar uma alteração deste tipo na corte de uma rei, como Afonso VI, sempre bem vista por Urbano II o papa pregador da ideia de cruzada, quer no Oriente quer na Península Ibérica.?
A ideia da sucessão varonil de Afonso IV, teve larga repercussão quer do ponto de vista político na Península Ibérica, pelas intenções sucessórias de Raimundo de Borgonha assente na sua aliança com D.Henrique do Condado Portucalense(já anteriormente referida), quer do ponto de vista religioso, na esfera da Abadia de Cluny, suporte teórico do catolicismo e que se batia pelo abandono das práticas de adulteração dos princípios do cristianismo, ao verem desenhar-se a hipótese de um rei meio muçulmano, como seria Sancho, governar na Península. Só que morreu bem jovem apenas com 12 ou 13 anos, na sequência da batalhe de Úcles